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Teresa Jocys
1.
Plantas
carnívoras se alimentam de
carne.
MITO. Plantas carnívoras não se alimentam de carne (animal
ou humana). Melhor seriam se fossem conhecidas como plantas
insetívoras, pois se alimentam de pequenos insetos, ácaros e
pequenos organismos que inadvertidamente caem em suas urnas,
que nada mais são do que folhas modificadas. Foram diretores
de filmes de terror que difundiram o mito.
2. Plantas
carnívoras são seguras para cultivo doméstico.
VERDADE. São plantas de pequeno porte, pois são originárias
de regiões de solo fraco com poucos nutrientes. Assim,
durante o processo de evolução das espécies, foram criados
mecanismos para complementar sua nutrição. Portanto são
seguras não oferecendo risco para crianças, adultos ou
animais domésticos.
3. Plantas
carnívoras ou insetívoras possuem mecanismos ativos para
captura de suas presas.
MITO. As plantinhas não possuem ramos que são atraídos pelas
presas que as esmagam como se fossem feitas de papel. A
maior parte das espécies possuiu mecanismos passivos para
captura, como armadilhas com perfumes ou outros odores que
servem de isca para os insetos.
Alguns gêneros apresentam
movimentos macroscópicos a partir de estímulos mecânicos
para a captura da presa e posterior digestão. A mais famosa
representante desse grupo é a
Dionaea
sp.
4.
Plantas
carnívoras são muito fáceis e divertidas de cultivar.
VERDADE.
As mudinhas devem ser adquiridas em produtores autorizados.
Não exigem muitos cuidados a não ser irrigação. São muito
exigentes em umidade, tanto do substrato como a do ambiente.
5. Plantas
carnívoras são imunes ao ataque de insetos pragas e doenças.
MITO. Podem sofrer ataque de insetos sugadores (como pulgões)
e mastigadores (lagartas e besouros) como qualquer outra
planta. São suscetíveis às doenças provocadas por fungos.
Portanto, devem ser constantemente monitoradas.
O que
são plantas carnívoras
Plantas carnívoras ou insetívoras são
vegetais que, mesmo tendo clorofila e fazendo fotossíntese,
desenvolveram adaptações para complementarem a sua nutrição,
pois vivem em solos pobres em fosfatos e nitratos. Essas
adaptações são folhas modificadas em forma de armadilhas de
diversos formatos que são capazes de capturar, prender,
digerir por meio de enzimase finalmente absorver nutrientes
das presas capturadas.
Atualmente, são
conhecidas aproximadamente 700 espécies, distribuídas
principalmente em áreas de clima tropical e subtropical. As
principais espécies cultivadas pertencem aos gêneros
Drosera,
que tem pelos no tecido foliar que produzem mucilagem que
“cola” a presa à planta.
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Figura 1 - Drosera capensis –
Fonte: Wikipédia , a enciclopédia livre.
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Figura 2 - Drosera rotundifolia –
Fonte: Wikipédia , a enciclopédia livre.
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Figura 3 - Drosera spatulata –
Fonte: Wikipédia , a enciclopédia livre.
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Figura 4 - Dioneaea muscipula –
Fonte: Wikipédia , a enciclopédia livre.
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O gênero Dioneae
corresponde às famosas
devoradoras de seres humanos nos filmes de terror. Apesar de
sua macabra fama, não passam de plantas de porte pequeno (de
8 as 16 cm) e inofensivas. As folhas, modificadas em forma
de roseta, apresentam margem dos lobos denteada, com pelos
sensíveis. Assim, conseguem fechar as “boquinhas” quando
sofrem estímulo táctil como, por exemplo, a entrada de um
pequeno inseto.
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Figura 5 - Dionaea muscipula -
Dionaea papa mosca, com os pelos "gatilhos" – Fonte:
Wikipédia , a enciclopédia livre
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Figura 6 - Inseto capturado por
uma planta da espécie Dionaea muscipula – Fonte:
Wikipédia , a enciclopédia livre.
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O gênero
Sarracenia
apresenta folhas em forma de jarras
afuniladas (ânforas) com uma pequena tampa para impedir a
entrada de água da chuva que poderia diluir a concentração
de enzimas digestivas.
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Figura 7 - Sarracenia alata –
Fonte: Wikipédia , a enciclopédia livre.
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Figura 8 - Detalhe de exemplar de
Sarracenia sp – Fonte: Wikipédia , a enciclopédia
livre
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Figura 9 - Sarracenia sp com
insetos em seu interior – Fonte: Wikipédia , a
enciclopédia livre.
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O gênero
Nepenthes
apresenta plantas com aspecto vivo e
crescimento bastante rápido e longo, podendo algumas
espécies atingir 20 m na natureza. Cada espécies dispõe de
urnas distintas, variando a forma e/ou a cor.
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Figura 10 - Insetos sendo
atraídos pela planta de Nepenthes – Fonte: Wikipédia
, a enciclopédia livre.
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Figura 11 - Nepenthes alata –
Fonte: Wikipédia , a enciclopédia livre.
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Figura 12 - Nepenthes alata –
Fonte: Wikipédia , a enciclopédia livre.
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A urna está equipada com uma espécie de tampa para evitar
que ela fique cheia de água à mínima chuva, frequentes nas
regiões de origem, e assim diluir as enzimas digestiva
presentes. O tamanho pode variar muito de espécie a espécie.
Podemos encontrar urnas com 3 a 4 cm (Nepenthes
ampullaria) ou acima dos 40
cm (Nepenthes rajah).
Nesta última, a capacidade da urna pode atingir 3 a 4 L.
Plantas unissexuais
dispõem de flores em forma de espiga com quatro pétalas em
que as glândulas nectaríferas atraiam os insectos
polinizadores. As flores depois de fecundadas criam um fruto
com centenas de sementes leves que são espalhadas pelo vento.
Teresa Jocys é
Pesquisadora Científica do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento de Sanidade Vegetal do Instituto Biológico
Contato:
jocys@biologico.sp.gov.br
Akira Paulo Takematsu é
Pesquisador Científico do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento de Sanidade Vegetal do Instituto Biológico
Contato:
takematsu@biologico.sp.gov.br
Reprodução autorizada desde
que citado a autoria e a fonte
Dados para citação
bibliográfica(ABNT):
JOCYS, T.
Plantas carnívoras - verdades e mitos.
2011. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2011_4/PlantasCarnivoras/index.htm>.
Acesso em:
Publicado no Infobibos
em 08/11/2011
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