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Influenza equina


Eliana M. Cassaro Villalobos
Maria do Carmo C. S. H. Lara
Elenice Maria S. Cunha

A Influenza Equina é uma enfermidade infecciosa do sistema respiratório de grande importância econômica nos equinos, principalmente nos animais de esporte. Sua distribuição é mundial e acomete mais frequentemente animais jovens, ocorrendo também em adultos; em alguns países ela é considerada a mais importante enfermidade viral respiratória. A influenza equina é causada por um RNA vírus de polaridade negativa, envelopado, da família Ortomixoviridae, gênero Influenzavírus A. O vírus da influenza equina sofre mutações constantes. Isso ocorre frequentemente com o subtipo A Equi 2 (H3N8), que também é responsável por causar sintomas mais severos do que o vírus A Equi 1 (H7N7). A replicação do agente ocorre principalmente no trato respiratório superior dos equinos. A severidade dos sintomas varia de acordo com a saúde do animal, a virulência, o tipo viral, o manejo e as condições ambientais. O quadro respiratório é caracterizado por: tosse; febre; apatia; redução do apetite; secreção nasal serosa podendo evoluir para mucopurulenta se houver infecção bacteriana secundária. Grandes concentrações de equinos (provas, eventos, torneios, etc.) favorecem o início de uma epizootia. Os animais podem se infectar em qualquer época do ano, mas surtos ocorrem com maior frequência no inverno e primavera.

O diagnóstico laboratorial é feito através do isolamento do vírus em swab nasofaríngeo coletado na fase aguda da doença e encaminhado prontamente ao laboratório (24h), sob refrigeração, em meio de transporte (MEM). A pesquisa de anticorpos é feita através da prova de inibição da hemaglutinação, devendo-se encaminhar amostras pareadas de soro coletadas com intervalo entre 10 e 14 dias, isto é, na fase aguda e de convalescença.

Existem dois subtipos de vírus da influenza equina: o A Equi 1 e o A Equi 2. Dentre as variantes virais do A Equi 1, destaca-se a Praga 56. As variantes Kentucky 97 e Miami 63 pertencem ao grupo do vírus A Equi 2. Desde 1980, não há confirmação de casos de influenza equina causados pelo subtipo A Equi 1 nos EUA e na Europa, entretanto, o subtipo A Equi 2 tem sido relacionado a vários casos de doenças respiratórias em cavalos de todo o mundo. Por isso, as vacinas devem ser direcionadas principalmente às variantes pertencentes ao subtipo A Equi 2. Alguns estudos científicos apontaram a ocorrência de animais positivos no Brasil. No Rio de Janeiro, estimou-se que 35,9% dos equídeos são sorologicamente positivos para a influenza equina. No Rio Grande do Sul, um estudo revelou 65,4% de animais soropositivos para a doença. No Pará, identificaram 35,79% de animais soropositivos. O subtipo A/Equi 2 foi isolado em surtos de gripe ocorridos em São Paulo, em 1963, e em São Paulo e Rio de Janeiro, em 1969. Em julho de 1976, novos surtos de influenza equina foram registrados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Embora a influenza equina seja uma enfermidade de notificação obrigatória e de grande importância econômica, acredita-se que seja subdiagnosticada no Brasil. A partir do isolamento viral do agente presente nas infecções destes animais, no Brasil, novas vacinas poderão ser elaboradas com a inclusão de cepas nativas, permitindo uma maior proteção dos animais contra enfermidades futuras.

O Laboratório de Raiva e Encefalites, do Centro de P&D de Sanidade Animal do Instituto Biológico, realiza rotineiramente a sorologia e isolamento viral através de material coletado de animais com suspeita clínica da doença. Além disso, desenvolve pesquisa científica referente a essa enfermidade em parceria com pesquisadores de universidades estaduais e federais do Brasil.

Referências consultadas

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Madic, J.;Martinovic, S.;Naglic,T.; Hajsig, D.;Cvetnic, S. Serological evidence for the presence of A/equine-1 influenza virus in unvaccinated horses in Croatia. Veterinary Records, v.138, p.68, 1996.

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Oliveira, G. S.; Schiavo, P. A.; Mazur, C.; Andrade, C. M. Prevalência de anticorpos para o vírus da influenza equina, subtipo H3N8, em equídeos apreendidos no Estado do Rio de Janeiro. Revista Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.5, p.1213-1215, 2005.

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Origem: Instituto Biológico - www.biologico.sp.gov.br


Eliana Monteforte Cassaro Villalobos possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (1982) e mestrado em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente é efetivo do Instituto Biológico. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em SanidadeAnimal, atuando principalmente nos seguintes temas: neosporose em equinos, doença de aujeszky, toxoplasmose (ovinos, caprinos, suínos. equinos)
Contato: villalobos@biologico.sp.gov.br

 

Maria do Carmo Custódio de Souza Hunold Lara concluiu o doutorado em clínica veterinária pela Universidade de São Paulo em 2002. Atualmente é pesquisador científico VI do Instituto Biológico. Publicou 16 artigos em periódicos especializados e 34 trabalhos em anais de eventos. Possui 2 itens de produção técnica. Participou de 10 eventos no Brasil. Atualmente coordena 1 projeto de pesquisa. Atua na área de medicina veterinária, com ênfase em doenças infecciosas e clínica veterinária. Em suas atividades profissionais interagiu com 108 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu Currículo Lattes os termos mais frequêntes na contextualização da produção científica, tecnologica e artístico-cultural são: equinos, bovinos, caprinos, arterite viral, soroneutralização, encefalite, vírus, herpesvírus, artrite-encefalite caprina e maedi-visna.
Contato:
lara@biologico.sp.gov.br

 

Elenice Maria Sequetin Cunha possui Graduação em Medicina Veterinária e Zootecnia pela Universidade de São Paulo (1978), mestrado em Patologia Experimental e Comparada pela Universidade de São Paulo (1995) com o tema doença de Aujeszky. É doutora em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses pela Universidade de São Paulo (2006) defendendo a tese "Caracterização genética de amostras do vírus da raiva isoladas de morcegos. Avaliação da patogenicedade e proteção cruzada em camundongos". É pesquisadora nível VI do Centro de Sanidade Animal - Laboratório de Raiva e Encefalites Virais do Instituto Biológico. Atua na área de viroses animais principalmente nos seguintes temas: raiva, doença de Aujeszky, encefalomielite eqüina e herpesvírus eqüino.
Contato:
cunha@biologico.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

VILLALOBOS, E.M.C.; LARA, M.C.C.S.H; CUNHA, E.M.S. Influenza equina. 2011. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2011_1/influenza/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 17/02/2011