Soja: a
importância das cultivares e do manejo da lavoura
Francisco de Jesus Vernetti Jr.
Giovani Theisen
Os institutos que acompanham o clima mundial
confirmam o resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial,
configurando o fenômeno La Niña já nesta primavera e permanecendo
durante o verão A cultura da
soja é reconhecida como bastante tolerante à seca, em comparação a
outras espécies de verão. Entretanto, as perdas de produção são
frequentes e significativas devido à falta de umidade no solo. A
tolerância da soja à seca (déficit hídrico) é consequência de vários
fatores que conferem à lavoura determinado nível de resistência ao
déficit de umidade do solo, seja por ocorrência de veranicos ou de
estiagens. Por isto, é importante dar atenção a todos os fatores que
influenciam na lavoura quanto à sua tolerância ao déficit de
umidade. Esta preocupação está presente em nosso meio agrícola, mas
é importante que se faça uma análise da forma com que poderá ser
planejada/conduzida a lavoura, para enfrentar/minimizar as
consequências desta situação. Entre outros
fatores, o manejo de áreas em plantio direto, têm menor
probabilidade de prejuízos com a estiagem e, não menos importante, a
utilização de cultivares de diferentes Grupos de Maturação (GM)
beneficiam o produtor. Neste sentido, o uso de cultivares de
distintos GMs amplia os períodos críticos da cultura (floração e
formação/enchimento de grãos), proporcionando uma maior chance de
ocorrência de precipitação nestas fases da cultura, havendo menor
prejuízo. Esta estratégia visa diluir o risco de que a seca atinja
toda a lavoura justamente na fase mais sensível. Se houver déficit
hídrico, provavelmente este atingirá apenas uma parte do ciclo da
lavoura. Além desta prática oferecer maior segurança contra
adversidades climáticas durante o período em que a cultura está no
campo, permite também um melhor aproveitamento das colheitadeiras,
pelo escalonamento da maturação. A Fundação
MS, em 2008, (Tabela 1) elaborou uma classificação de cunho prático
quanto à tolerância à seca, que estabelece uma relação entre algumas
cultivares, com base em observações de seu comportamento em
trabalhos de pesquisa e de lavouras. Segundo os autores, a cultivar
pode ter um comportamento diferente, se um ou mais fatores estiverem
contribuindo para deixar a lavoura mais ou menos tolerante ao
déficit hídrico.
Medidas como uma adequada população de plantas
de soja (16/18 sementes por metro linear, no espaçamento de Finalmente,
no sul do RS, as melhores produtividades são obtidas com semeaduras
entre 21 de outubro e 10 de dezembro, existindo diversas cultivares
indicadas. Recomenda-se que se inicie a semeadura com as cultivares
de ciclo mais longo e, a partir de início de novembro, semeiem-se as
de ciclo precoce e médio, finalizando em dezembro, se necessário,
com as tardias. Não se pode esquecer que, se estas forem muito
tardias (GM > 7.5) poderão finalizar o ciclo em fins de maio, época
que, em geral, não favorece a colheita de soja com qualidade.
Informações mais detalhadas sobre a cultura podem ser encontradas
nos livros de indicações técnicas para o RS e SC e junto à Embrapa
Clima Temperado.
Bibliografia consultada
BOLETIM CLIMÁTICO – OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO
(2010). Estado do Rio Grande do Sul. Ano 08 / Número 09. Disponível
em:
http://www.cpact.embrapa.br/agromet/
. Acesso outubro de 2010.
FUNDAÇÃO MS.
Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009.
Disponível em:
http://www.fundacaoms.org.br/page.php?88.
Acesso setembro de 2010.
REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 37.
Indicações técnicas para a cultura da
soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2009- 2010.
Porto Alegre: Universidade Federal do Rio grande do Sul, 2009. 144
p.
Francisco de Jesus Vernetti Junior
Giovani Theisen
Dados para citação bibliográfica(ABNT): VERNETTI JUNIOR, F.J.; THEISEN, G. Soja: a importância das cultivares e do manejo da lavoura em ano de La Niña. 2010. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2010_4/soja/index.htm>. Acesso em:Publicado no Infobibos em 18/11/2010 |