Sandra Visnardi

A finalidade da aula “Briófitas em jardinagem: definição, importância para o ambiente e jardinagem”, no Curso de Capacitação em Técnicas Profissionais de Jardinagem – Programa Jardim Escola é mostrar como tornar um jardim mais belo com as briófitas. Estas plantas contribuem para embelezar, desde uma paisagem até os menores espaços disponíveis. As briófitas são úteis atualmente, quando se verifica diminuição de terras disponíveis para grandes áreas verdes, devido aumento da população e de suas estruturas.

Jardins não surgem por si mesmo, inclusive um jardim de briófitas, que requer investimento de tempo inicial e manutenção. Jardins com cobertura de briófitas semelhante a um “carpete” são encontrados no Japão, raramente em outros países.

Em geral, as briófitas não são invasoras, a ponto de suplantar um tipo de vegetação; surgem em áreas desnudas, com temperaturas baixas, sombra excessiva e, geralmente, em solo compacto, com fertilidade e pH baixos, doenças, drenagem deficiente ou inadequada.

Estas plantas são importantes para o meio ambiente e também em um jardim, pois colaboram na prevenção do assoreamento dos rios e da inundação, retendo o solo das margens e impedindo que a água desça imediatamente em direção ao leito; também contribuem para a conservação da umidade e prevenção de secas, quando a água armazenada é gradualmente liberada ao ambiente e, finalmente, ao reterem partículas junto com a água, as briófitas colaboram para a prevenção e redução da erosão do solo.

As briófitas podem ser mantidas em jardins, limpando-se apenas a área onde crescem, ou através de transplantes, mistura e cultura de briófitas, ou espalhando-se esporos.

Após uma hora de aula teórica, os alunos ajudam a cuidar de locais com cobertura natural de briófitas na área de visitação pública, através das aulas práticas. A limpeza da área, removendo-se outras plantas que crescem sobre as briófitas é realizada em muro do Jardim de Lineu (Figuras 1-2), caminhos ao redor do Lago da Ninféias (Figuras 3-4) e barranco no Lago dos Bugios (Figura 5-6). Transplantes restringem-se à retirada de briófitas ao longo de caminho cimentado (Figura 7), para se cobrir partes desnudas de local com prévia cobertura de briófitas (Figura 8), perto do Lago dos Bugios.

Questionários foram respondidos por determinadas turmas, a fim de se avaliar o interesse que a aula despertou nos alunos. Todos apreciaram conhecer algo novo, as briófitas e, ainda mais, em jardinagem. A maioria achava que estas plantas teriam utilidade na profissão deles, por deixarem os jardins mais belos, enfeitando áreas urbanas e, por esta razão, iriam incentivar a existência das briófitas nos locais onde ocorrem. As aulas foram aprimoradas ao longo de dez cursos e a aulas atuais baseiam-se na opinião dos alunos, que apreciam o material ilustrativo da aula teórica (uso do data show, fotos em painéis e plantas secas) e a aula prática na área de visitação pública. Alguns alunos reclamaram que gostariam de terem maior tempo de aula, para aprender mais sobre as briófitas, inclusive os nomes científicos, conhecer as diferentes espécies no jardim, entrar na mata, coletar e classificar amostras, além de saírem para ver as briófitas em outros lugares.

Ministrar este tipo de aula possibilitou aprendizado sobre jardinagem de briófitas, através de pesquisas em literatura e sites específicos sobre o assunto. O Jardim Escola faz parte do Programa de Biodiversidade, Educação e Inclusão Social do Instituto de Botânica de São Paulo. Portanto, as aulas são oportunidades de divulgar os resultados da pesquisa realizada sobre briófitas na Mata Atlântica e no PEFI, numa linguagem acessível ao público leigo; de enfatizar a importância das briófitas para o ambiente, conscientizando os alunos quanto ao respeito pela natureza, para a manutenção das próprias vidas e, finalmente, de contribuir para a formação de recursos humanos e inclusão social.

GALERIA DE FOTOS

Fotos: S.R. Visnadi

Origem: Puclicado originalmente nos Cd dos Anais da 16ª Raibt - Renuião Anual do Instituto de Botânica, realizada de 9 a 13 de novembro de em 2009, em São Paulo-SP

Sandra Visnardi - Instituto de Botânica, Av. Miguel Estéfano, 3687, Água Funda, CEP 04301-902 São Paulo-SP, ou Caixa Postal 3005, CEP 01031-970 São Paulo-SP, Pabx: (0xx11] 5073-6300, ramal 309, Fax: (0xx11] 5073-3678. http://www.ibot.sp.gov.br