Infobibos - Informações Tecnológicas - www.infobibos.com

Rocha silicática como fonte de potássio no cultivo orgânico da bananeira – primeiro ciclo de produção

 

Ana Lúcia Borges1,
Ailton Mascarenhas dos Santos2,
Luciano da Silva Souza2,
Carlos Antonio Costa do Nascimento2,
Luiz Francisco da Silva Souza
1

 

As rochas naturais moídas têm sido utilizadas na agricultura, principalmente os calcários e os fosfatos naturais. O estudo dos pós de rochas como fontes de potássio (K) é relativamente recente e busca a redução da dependência externa pelos fertilizantes potássicos, em face da importação de cerca de 90% do K consumido na agricultura brasileira. No sistema orgânico esse nutriente torna-se mais limitante pois as plantas, principalmente as fruteiras, inclusive a bananeira, são muito exigentes em K.

 

A fonte utilizada em cultivos orgânicos empresariais é o sul-po-mag (22% de K2O), extraído de depósitos de langbeinita do Estado do Novo México (EUA), cujo preço é superior ao das fontes tradicionais. O estudo objetivou comparar essa fonte com o flogopitito (7,93% de K2O), rocha silicática originária de rejeitos de minas de esmeralda do Estado da Bahia, na busca de alternativa para o suprimento de K à bananeira no sistema orgânico.

 

Estudaram-se os efeitos de doses de flogopitito moído na forma de pó de rocha (0, 100, 200, 300 e 600 kg/ha/ano de K2O), e de sul-po-mag (0, 100, 200, 300, 600 e 1.200 kg/ha/ano de K2O), avaliando-se os atributos: ciclo (dias do plantio à colheita), produtividade (t/ha/ciclo e t/ha/ano), número de frutos por cacho, peso, comprimento e diâmetro médio dos frutos, por ocasião da colheita do primeiro ciclo, em dois genótipos de bananeira (Prata Anã e um híbrido). O flogopitito foi aplicado na área total e o sul-po-mag localizado, parcelado mensalmente a partir do 5o mês.

 

Com a adição de 400 kg/ha de K2O, recomendação com base no teor de K no solo, o flogopitito reduziu em um dia a colheita da ‘Prata Anã’ e em 11 dias a colheita do híbrido. A redução do ciclo é interessante para o agricultor, que terá o retorno financeiro mais rápido. O híbrido respondeu ao flogopitito, com produtividade máxima de 39,1 t/ha/ciclo com 300 kg/ha de K2O e 37,4 t/ha/ano com 463 kg/ha de K2O. O híbrido produziu frutos mais pesados (189 g a 198 g) do que a `Prata Anã´, porém não respondeu ao K quanto ao peso, diâmetro e comprimento do fruto. Contudo, tanto o comprimento quanto o diâmetro do fruto o caracterizaram como de primeira qualidade (maiores que 14 cm de comprimento e 32 mm de diâmetro), mesmo sem a aplicação do nutriente potássio, também para a ´Prata Anã´. Entretanto, com o flogopitito o híbrido produziu o máximo de 144 frutos na dose de 324 kg/ha de K2O, enquanto que o sul-po-mag produziu 117 frutos na dose de 776 kg/ha de K2O. Mesmo a bananeira sendo uma planta exigente em potássio, no primeiro ciclo o teor de 0,27 cmolc/dm3 de K no solo foi suficiente para a produção da ´Prata Anã´, não necessitando adição do nutriente. Contudo, espera-se resposta deste genótipo ao K no segundo ciclo.

 


1Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Caixa Postal 007, 44380-000, Cruz das Almas, BA; 2Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, BA



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

BORGES, A.L.; SANTOS, A.M. dos; SOUZA, L.S.; NASCIMENTO, C.A.C. do; SOUZA, L.F.S.  Rocha silicática como fonte de potássio no cultivo orgânico da bananeira – primeiro ciclo de produção. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_4/banana/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 23/10/2009

Veja Também...