Infobibos - Informações Tecnológicas - www.infobibos.com Maracujá: diferencial DE qualidade da cv. IAC 275 leva agroindústria DE SUCOS a triplicar demanda POR sementes Laura Maria Molina Meletti[1] INTRODUÇÃO O maracujá é originário da América Tropical. Pertence à família Passifloraceae, constituída por quase 200 espécies nativas do Brasil (Hoehne, 1946). Apesar da grande variabilidade, os cultivos comerciais baseiam-se em uma única espécie, Passiflora edulis Sims., mais conhecida como maracujá amarelo ou azedo. Ela representa 95% dos pomares, devido à qualidade dos seus frutos, vigor, produtividade e rendimento em suco (Meletti & Maia, 1999). Maracujá é uma palavra de origem tupi, que significa "alimento em forma de cuia". A planta é uma trepadeira de grande porte, com produção anual, lenhosa, vigorosa e de crescimento rápido. O maracujazeiro tem sido cultivado por suas características alimentícias, medicinais e ornamentais. O principal uso está na alimentação humana, podendo ser consumido ao natural ou na forma de sucos, doces, geléia, sorvete e licores. O suco possui sabor típico, de elevado valor nutritivo. O uso medicinal, amplamente difundido, baseia-se nas propriedades calmantes da passiflorina, um sedativo natural encontrado nas folhas e no suco. O valor ornamental é conferido pelas belas flores, que exercem atração pelo seu tamanho, pela exuberância das cores e singularidade das formas. Muitas espécies de Passiflora, que não produzem frutos comestíveis, chamam a atenção pelo efeito decorativo e podem ser utilizadas em cercas vivas e caramanchões. IMPORTÂNCIA DA CULTURA A produção de maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims.), tornou-se economicamente importante no Brasil a partir das últimas três décadas, quando o país adquiriu uma posição de destaque. Segundo estimativas apresentadas por Ferreira (2005), a produção mundial de maracujá é de 640.000 toneladas e o Brasil, como maior produtor, produz cerca de 70% desse total. O Equador aparece em segundo lugar, com pouco mais de 13% e a Colômbia em terceiro, produzindo cerca de 5% do total. A área cultivada no país vem se mantendo em torno dos 35.000 hectares nos últimos anos, com destaque para a região Nordeste (Agrianual, 2005), embora a cultura apresente sucessivos ciclos de expansão e retração da área cultivada. O maracujá-amarelo possui alto valor no mercado de frutas frescas, sendo cultivado também como matéria-prima para a agroindústria de sucos. Pomares comerciais podem ser encontrados em quase todo o território nacional, excetuando-se algumas regiões muito frias localizadas nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Destacam-se como principais produtores: Bahia, Sergipe, São Paulo, Pará e Minas Gerais. Na Região Sudeste, o maracujazeiro é uma das oito espécies frutíferas mais extensivamente cultivadas, sendo precedido apenas pelas culturas de laranja, banana, limão, manga, tangerina, abacaxi e uva (Piza Júnior, 1998). MELHORAMENTO GENÉTICO e os PADRÕES de MARACUJÁ Nas últimas três décadas, a lucratividade do maracujá esteve intimamente associada à produtividade e qualidade da matéria-prima. Foram estas duas características que nortearam os programas de melhoramento genético visando à seleção de cultivares. Nesse contexto, o Instituto Agronômico iniciou, em 1991, um programa de melhoramento genético, com o objetivo de desenvolver as primeiras cultivares da espécie, homogêneas quanto à qualidade de fruto, com alta produtividade e bem aceitas pelos padrões atuais do mercado. A seleção foi realizada em condições de campo, na Estação Experimental de Monte Alegre do Sul, por sete anos consecutivos. Plantas pré-selecionadas em pomares comerciais geraram uma população de 21 matrizes que, após dois ciclos de seleção massal, foram cruzadas entre si, recombinadas na forma de híbridos intra-varietais F1 e F2., posteriormente retrocruzados e submetidos à seleção massal com teste de progênie. Deste trabalho de melhoramento tradicional resultaram as primeiras cultivares de maracujá amarelo do país, lançadas em 1999, pelo Instituto Agronômico (Meletti, 1999, Meletti, 2000, Meletti et al., 2005). No segmento de frutas frescas, o padrão definido para comercialização prioriza e remunera bem apenas frutos grandes e sadios, selecionados essencialmente pelo tamanho e aparência (CEAGESP, 2001, Meletti & Brückner, 2001). A homogeneidade desejada para a comercialização dos frutos de mesa resulta da classificação dos frutos na propriedade agrícola, uma mão-de-obra adicional que onera o custo de produção. Por isso, o melhoramento genético do maracujazeiro no Brasil sempre esteve diretamente relacionado ao fruto, seja no aspecto produtividade ou qualidade. Em termos de qualidade, considera-se que uma variedade desenvolvida para a agroindústria deve possui frutos com casca fina e cavidade interna completamente preenchida, o que confere maior rendimento em suco. Também deve apresentar maior acidez, coloração constante e alto teor de sólidos solúveis, acima de 13° Brix. Este padrão difere dos frutos destinados ao mercado in natura, que devem ser grandes e ovais, a fim de conseguir boa classificação comercial, ter boa aparência, ser resistente ao transporte e à perda de qualidade durante o armazenamento e comercialização (Oliveira et al., 1994; Meletti & Brückner, 2001). Atualmente, após 10 anos do lançamento das primeiras cultivares de maracujá-amarelo, além dessas características, a tolerância aos principais patógenos tornou-se prioridade. A incorporação de resistência às principais moléstias que afetam a cultura e a criação de outras cultivares com tolerância de campo tem sido procurada em todos os programas de melhoramento da frutífera, independentemente da região geográfica onde esteja sendo conduzido. Sem isso, permanecerá uma constante ameaça de redução drástica na área cultivada, especialmente nas regiões mais afetadas pelo PWV (vírus do endurecimento dos frutos) e pela bacteriose (causada por Xanthomonas campestris pv. Passiflorae). Já foi constatado que existe variabilidade entre as espécies de maracujazeiro no que se refere à tolerância à patógenos (Oliveira e Ruggiero, 1998), de modo a direcionar as ações de pesquisa dentro dos programas de melhoramento genético. Isso reafirma a importância da conservação dos recursos genéticos em bancos de germoplasma, especialmente num gênero com um número tão elevado de espécies nativas do Brasil. No entanto, a necessidade de se ampliar o uso dos recursos genéticos nos programas de melhoramento tem sido constantemente apontada, em especial dos acessos conservados em bancos de germoplasma, independentemente da espécie agrícola. A cv. IAC 275 para a agroindústria O maracujá é uma das mais importantes matérias-primas da agroindústria. O suco obtido do seu processamento alcança preços excelentes no mercado nacional e internacional. Com esta valorização, tornou-se necessário desenvolver uma cultivar com características mais interessantes para o processamento, com maior rendimento industrial que o obtido até então. Em 1999, o IAC lançou a cv. IAC 275, que atendia à demanda por um produto diferenciado. Até então, a agroindústria de suco de maracujá só adquiria frutos a granel, não classificados, excedentes do mercado de frutas frescas, com elevada heterogeneidade fisico-química. Eram frutos de casca muito grossa, pouca porcentagem de polpa e teor de sólidos solúveis abaixo do desejável para as exigências da indústria. Para oferecer uma cultivar com características mais adequadas para esse segmento, foi desenvolvido pelo Instituto Agronômico a cv. 'IAC-275' – Maravilha (Meletti, 2000). Ela apresenta frutos ovais, com casca fina (menor que 5 mm de espessura) e cavidade interna completamente preenchida, além do teor de sólidos solúveis (Brix) com média de 15° Brix. A polpa representa mais de 50% do fruto, e na maioria deles, é de coloração alaranjada ou alaranjada-intensa, extremamente atrativa e aromática. Sua produtividade média em pomares paulistas cultivados em condições de sequeiro tem sido de 48 t/ha/ano, com polinização manual complementar (Tabela 1). Essas características representaram um adicional de qualidade ao suco e um acréscimo significativo à produtividade dos pomares. Por ocasião do lançamento da cv. IAC 275, a média de produtividade no Brasil estava por volta de 15 t/ha/ano , e dos pomares paulistas, que adotam a tecnologia de produção disponível, 25 t/ha/ano (Meletti & Maia, 1999). Em todas as regiões produtoras que passaram a plantar a cv. IAC 275, o diferencial de produção foi altamente visível. O elevado potencial de produção também levou à instalação de várias unidades processadoras de suco na região centro-oeste do Brasil, que passaram a produzir um suco diferenciado em qualidade, exportado em larga escala, nos primeiros anos da década de 2000. A Tabela 1 apresenta uma análise qualitativa dos frutos da cv. IAC 275, comparada aos frutos da cv. IAC 277 (destinada ao mercado de frutas frescas) e ao maracujá de mercado, sem origem definida, predominante no mercado nacional até o lançamento dos híbridos IAC. Os resultados referem-se a uma amostra de 2500 frutos colhidos em pomares comerciais do Estado de São Paulo, e incluem as principais características utilizadas na comercialização dos frutos, a saber: peso, comprimento e largura dos frutos e classificação comercial para o mercado de frutas frescas; proporção de polpa e sua coloração, teor de sólidos solúveis totais (SST), número de sementes por fruto e espessura de casca, importantes para a agroindústria.
Onde: Ø fruto L x T = diâmetro longitudinal e transversal do fruto (cm); Polpa = rendimento em polpa (%); n°sem. fruto = número de sementes por fruto; SST= teor de sólidos solúveis totais; EC = espessura de casca (cm); classe = padrão comercial segundo CEAGESP (2001). Embora produza frutos menores que o padrão comercial das frutas frescas, concentrados no padrão 2A e 3A do mercado atacadista brasileiro, variando de 150 a 220 g de peso, a sua casca muito fina e a cavidade interna completamente preenchida tornaram-se muito interessantes por elevar significativamente o rendimento industrial da fruta. Logo após o segundo ano de cultivo comercial, em 2000, ela atraiu o interesse particular da agroindústria de sucos, que comprovou significativo aumento no rendimento em suco ao processar frutos da cv. IAC 275 separadamente dos frutos sem origem definida. Além da polpa de coloração mais intensa, como a agroindústria opera com frutos que apresentam o teor de sólidos solúveis em torno de 13 °Brix, o acréscimo de 2 a 3 graus neste parâmetro tem sido outro diferencial de qualidade. Isso torna o suco mais concentrado naturalmente, o que gera uma receita adicional ao estabelecimento processador. No mercado atacadista paulista, em épocas de menor oferta, e em todos os outros mercados nacionais que não adotam a classificação de frutos (CEAGESP, 2001) como padrão de comercialização, os frutos do híbrido IAC-275 podem ser igualmente comercializados no mercado in natura, representando outra opção de comercialização ao produtor. DIFERENCIAL DE QUALIDADE MULTIPLICA DEMANDA Em função das características anteriormente apresentadas, o plantio da cv. IAC 275 foi sendo rapidamente ampliado para os produtores dos demais estados da federação, no início d apresente década, sendo atualmente a campeã de vendas entre os produtores que fornecem matéria-prima para a agroindústria. Todos os anos, a demanda por sementes desta cv. tem crescido a uma taxa de 20%, em função do surgimento de pequenas indústrias processadoras, em diversos estados da federação. Para as safras de maracujá de indústria de 2008/2009/2010, vários novos produtores e pequenas empresas emergentes da área de sucos e polpas adquiriram sementes selecionadas da cv. IAC 275, em busca da qualidade do suco resultante. Os compradores estão dando preferência ao produto obtido em pomares com a cultivar estabelecida e já se fala em pagar ágio ao produtor que entregar lotes formados exclusivamente por frutos desta cultivar. No Estado de São Paulo, ressalta-se a aquisição destas sementes por quase duas centenas de produtores, alguns deles com o apoio das prefeituras locais ou reunidos em associações de produtores ou em assentamentos do ITESP. Nesses últimos três anos, também tem merecido destaque as aquisições das empresas de suco, que fomentam a ampliação dos pomares da cv. IAC 275, visando ampliar a disponibilidade de frutos da cultivar de maior rendimento industrial. Destacam-se, entre outras, a DeltaCitros na região de Bebedouro, a DoceFruta na região de São Pedro do Turvo, a Riberfoods na região de Ribeirão Preto, a DeMarchi na região de Vinhedo e a Fruteza, na região de Dracena. EXTRAPOLANDO AS DIVISAS DE SÃO PAULO Situação bastante semelhante tem sido registrada para outras regiões geográficas do Brasil, onde a produção de frutos específicos para a agroindústria tem sido cada vez mais significativa. Áreas de cultivo específicos da cv. IAC 275 estão sendo instaladas no MT, em MG, PR e GO. No nordeste, a maior parte dos pomares está localizado na Bahia, e novas áreas estão aparecendo no pólo frutícola exportador de Petrolina-Juazeiro. O Instituto Agronômico tem fornecido sementes selecionadas da cv. IAC 275 para pomares de regiões produtoras muito além das fronteiras paulistas. Há que se ressaltar a atuação dirigida aos cooperados da Coopernova, em Terra Nova do Norte, da Tropical Polpas, em Tangará e da Megapolpas, em São José dos Quatro Marcos. Estes são exemplos de três empresas situadas no Mato Grosso que buscam obter matéria-prima de alta qualidade, em campos próximos à sua sede, com o objetivo de reduzir o custo da matéria-prima. Em Minas Gerais, a PomarBrasil, de Jaíba, também tem levado produtores a responder a uma demanda da empresa que processa maracujá e a inclusão do Paraná no circuito produtor de frutas para a agroindústria tem sido efetivado pela FRUTAP Agroindustrial, de Pinhalão. O resultado tem sido positivo para ambos os lados: os produtores passam a contar com um comprador definido, que pode até estabelecer um peço mínimo para o produto, enquanto as empresas garantem a matéria-prima necessária para estabelecimento de contratos de venda, numa época de demanda maior que a oferta e preços altos no mercado. Com isso, uma nova realidade tem sido observada: ampliação das áreas de cultivo, motivadas pela certeza da venda do produto, às vezes antecipada, e, concomitantemente, a inclusão de estados não tradicionais na produção do maracujá. Assim, a expansão das fronteiras agrícolas da fruticultura tem resultado não apenas de iniciativas governamentais, a exemplo do que está sendo feito no Tocantins, mas também de recentes iniciativas de empresas ligadas ao suco do maracujá. Em busca de um produto de qualidade superior, produzido em escala industrial, elas não ficariam mais dependentes do excedente de produção dos produtores de fruta de mesa. A cultivar IAC 275 de maracujá amarelo foi trabalhada no IAC desde o melhoramento genético até o apoio técnico aos produtores que utilizam esta cultivar nos seus pomares e às empresas de suco. Isso tem sido feito por meio da produção de sementes selecionadas e de constantes cursos de capacitação técnica. Ela tem sido uma boa representante do esforço da pesquisa agrícola em beneficiar todos os elos da cadeia produtiva. No cumprimento da missão institucional do IAC, “gerando e transferindo ciência e tecnologia para o agronegócio, em busca da otimização dos sistemas de produção vegetal e do desenvolvimento sócio-econômico dos produtores”, o contexto atual do maracujá é um dos resultados positivos de um trabalho multidisciplinar, profícuo e aplicado às condições brasileiras. BIBLIOGRAFIA AGRIANUAL 2005. Anuário Estatístico da Agricultura Brasileira. São Paulo, Argos Comunicação, 2004. p. 393-399. CEAGESP – Programa Brasileiro para a melhoria dos padrões comerciais e embalagens de Hortifrutigranjeiros. Classificação do Maracujá (Passiflora edulis Sims.). São Paulo: CEAGESP. 6p. junho 2001. FERREIRA, F.R. Recursos Genéticos em Passiflora. In: Faleiro, F. G.; Junqueira, N. T. V.; Braga, M. F.(Org.). MARACUJÁ - Germoplasma e Melhoramento Genético. Planaltina: EMBRAPA CERRADOS, 2005, v. 1, p. 41-51. HOEHNE, F.C. Frutas Indígenas. São Paulo: Instituto de Botânica, 1946. p.62-63. (frutas, Série D). MELETTI, L.M.M. Maracujá-Amarelo: novos cultivares IAC podem duplicar a produtividade da cultura. O Agronômico, v.51, n.1, p.40-41, 1999. MELETTI, L.M.M. Maracujá ‘Jóia’ (IAC-277), ‘Maracujá-Maçã’, ‘Maracujá Maravilha’ (IAC-275), ‘Maracujá Monte Alegre’ (IAC-273). In: DONADIO, L.C. (ed.) Novas variedades Brasileiras de Frutas. Jaboticabal:Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2000. p. 152-159. MELETTI, L.M.M.; MAIA, M.L. Maracujá: Produção e Comercialização. Campinas: Instituto Agronômico, 1999. 62 p. (Boletim Técnico, 181). MELETTI, L.M.M. & BRÜCKNER, C.H. Melhoramento Genético. In: BRÜCKNER, C.H. & PICANÇO, M.C. Maracujá: tecnologia de produção, pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2001. p. 345-385. MELETTI, L.M.M.; SOARES-SCOTT, M.D.; BERNACCI, L. C.; PASSOS, I. R. da S. . Melhoramento Genético do Maracujá: passado e futuro. In: Faleiro, F. G.; Junqueira, N. T. V.; Braga, M. F.(Org.). MARACUJÁ - Germoplasma e Melhoramento Genético. Planaltina: EMBRAPA CERRADOS, 2005, v. 1, p. 55-78. Oliveira, J.C., Nakamura, K., Mauro, A.O., Centurion, M.A.P. da C. 1994. Aspectos gerais do melhoramento do maracujazeiro. In: São José, A.R. Maracujá, produção e mercado. Vitória da Conquista, DFZ/UESB. p. 27-37. OLIVEIRA, J.C.; RUGGIERO, C. Aspectos sobre o melhoramento do maracujazeiro amarelo. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO sobre a Cultura do Maracujá, 5., 1998, Jaboticabal. Anais. Jaboticabal: FUNEP: 1998. p.291-314. PIZA JÚNIOR, C.de T. Situação da cultura do maracujazeiro na Região Sudeste do Brasil. In: RUGGIERO, C. (coord.) SIMPÓSIO BRASILEIRO sobre a Cultura do Maracujá, 5., 1998, Jaboticabal. Anais. Jaboticabal, FUNEP: 1998. p. 20-48.
FOTOS:
Origem: Instituto Agronômico - www.iac.sp.gov.br
[1]Laura Maria Molina
Meletti é Pesquisador Científico VI do Instituto
Agronômico, graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade
de São Paulo (ESALQ, 1985), é Mestre em Agronomia pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP, 1988) e Doutora em
Agronomia pela Universidade de São Paulo (ESALQ - 1998), em
ambos com ênfase em Horticultura (Fitotecnia). Realizou
aperfeiçoamento em Mejora Genetica de Planta pelo Instituto
Nacional de Investigacion Y Tecnologia Agrária Y Alimentaria (INIA
Colômbia), em 1997. Atua na área de Produção Vegetal, com ênfase
na cultura do Maracujazeiro, desenvolvendo pesquisas em
Tecnologia de Produção, Melhoramento Genético, Recursos
Genéticos e Produção de Sementes. Coordena o Programa de
Pesquisa do Maracujá do IAC, em parceria com a FUNDAG (Fundação
de Apoio à Pesquisa Agrícola), tendo formado uma equipe
multidisciplinar de pesquisadores e técnicos, que atua
especialmente na área de recursos genéticos de Passiflora. Um
dos resultados mais expressivos do seu trabalho está na linha de
pesquisa do Melhoramento Genético, através do qual desenvolveu e
lançou 5 cultivares de maracujá-amarelo e roxo, registradas no
MAPA, cultivadas no país inteiro e também no exterior. Ministra
aulas na disciplina "Tecnologia de Produção de Plantas
Hortícolas" no curso de Mestrado em Agricultura Tropical e
Subtropical do IAC. Sua produção bibliográfica abrange, entre
outras, a publicação de 20 artigos científicos em revistas
nacionais ou internacionais indexadas, 4 livros, 26 capítulos de
livros, 51 trabalhos apresentados em eventos e 27 mais artigos
técnicos. Integra o Projeto BIOPROSPECTA da FAPESP (rede BIOTA
de bioprospecção) e o Grupo de Pesquisa em Fruticultura do IAC.
É presidente do Comitê Técnico de Registro e Proteção de
Cultivares do IAC. Integra a Sociedade Brasileira de
Fruticultura e Sociedade Brasileira de Sementes, é assessor ad
hoc da FAPESP, CNPq e revisor de artigos científicos da Revista
Brasileira de Fruticultura, Bragantia, Scientia Agricola,
Scientia Agraria, entre outras. Recebeu dois prêmios de Honra ao
Mérito, sendo o mais recente (2005) em reconhecimento a sua
efetiva contribuição a todos os elos da cadeia produtiva do
Maracujá. Orientou 6 trabalhos de Iniciação Científica. Mantém
um Banco de GERMOPLASMA de Passifloras em campo, um dos mais
completos do país, através do qual promove intercâmbio
científico com outras instituições de pesquisa e ensino. Fomenta
a pesquisa com maracujá em nível de pós-graduação produzindo
sementes de Passifloras para fins didáticos e de pesquisa para
32 instituições nacionais. Proporciona assessoria técnica a
agrônomos, produtores, técnicos multiplicadores e estudantes de
pós-graduação, no país inteiro, por meio de cursos
teórico-práticos realizados nas áreas de produção do maracujá.
Também fornece informações técnicas de cultivo do maracujá por
meios eletrônicos, programas de TV (Globo Rural e Terra Viva),
artigos técnicos em revistas de agropecuária, suplementos
agrícolas de jornais e revistas, visando a divulgação das
tecnologias geradas pela pesquisa. Como destaque de sua produção
científica estão as cultivares de maracujá-amarelo IAC-275,
IAC-277, IAC-273, as primeiras lançadas no país (1999) e as mais
cultivadas atualmente, com introdução na Colômbia, África do
Sul, Venezuela, Equador, Austrália e Ucrânia. Mais recentemente,
lançou a cv. IAC-Paulista, o maracujá-roxo pioneiro no Brasil,
como alternativa para os pequenos produtores. Trabalhos em fase
de publicação: 5.
Dados para citação bibliográfica(ABNT): MELETTI, L.M.M. Maracujá: diferencial de qualidade da cv. IAC 275 leva agroindústria de sucos a triplicar demanda por sementes. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_3/maracuja/index.htm>. Acesso em:Publicado no Infobibos em 11/08/2009 |