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Levedura da fermentação da cana de açúcar para alimentação animal

Hamilton Hisano

O Brasil vive uma fase de expansão da cultura da cana de açúcar, que atravessou as fronteiras de regiões produtoras tradicionais (interior de São Paulo e Nordeste), em busca de novas áreas, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais. Esse crescimento está sendo impulsionado pela tecnologia dos motores bicombustíveis, aliada às mudanças estratégicas de matrizes energéticas menos poluentes.

Atualmente, nosso país destaca-se como um dos maiores produtores de etanol (álcool combustível) do mundo. Para produção do etanol é necessária a utilização de levedura, um microorganismo que fermenta o caldo de cana. Essa levedura utilizada para fermentação nas usinas sucroalcoleiras pode ser posteriormente recuperada e seca para ser destinada à alimentação animal.

No início da década de 80, com a melhoria da qualidade e o crescimento da produção de levedura, foram geradas inúmeras pesquisas no Brasil a partir do uso desse microorganismo como fonte de proteínas e vitaminas.
A levedura é considerada um alimento adequado para compor rações para diversas espécies de animais, no entanto, estudos demonstram que as altas inclusões podem ocasionar distúrbios hepáticos e renais, prejudicando o desempenho produtivo.

Nos últimos anos, menores níveis de inclusão de levedura em rações estão sendo avaliados com resultados benéficos para o crescimento e saúde do animal, merecendo destaque, por se tratar de produto natural, que não gera resíduos ao animal, ser humano e meio ambiente. Além disso, a utilização da levedura vem ao encontro do contexto atual da nutrição animal, que visa substituir grande parte de antibióticos e quimioterápicos por aditivos orgânicos com eficiência comprovada. Outro ponto importante diz respeito à proibição do uso de alimentos de origem animal para ruminantes (bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos) no Brasil e em diversos países, assim como restrições pela União Européia do uso desse tipo de ingrediente também para espécies monogástricas, como aves, suínos e peixes.

Considerando essas questões, o cenário atual é favorável para o aumento da produção de biomassa de levedura das usinas sucroalcoleiras e incremento de sua utilização em rações para diversas espécies de animais de interesse zootécnico.


Hamilton Hisano possui Graduação em Zootecnia (1999), Mestrado em Zootecnia (2002), Doutorado em Zootecnia (2005) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus de Botucatu, além do Doutorado (Sandwich) em Fisiologia Animal pela Universidad de Murcia (2005). Atualmente é Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2. Tem experiência na área de Aquicultura, com ênfase em Nutrição e Alimentação de Organismos Aquáticos, atuando principalmente nos seguintes temas: Digestibilidade, Nutrição, Alimentos Alternativos, Tilápia do Nilo e Levedura.
CV lattes: http://lattes.cnpq.br/3550295705331011
Contato: hhisano@cpao.embrapa.br



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Dados para citação bibliográfica(ABNT):

ISANO, H.  Levedura da fermentação da cana de açúcar para alimentação animal. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_2/Levedura/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 03/04/2009

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