Infobibos - Informações Tecnológicas - www.infobibos.com INTERFERÊNCIA DO VOLUME DE CALDA SOBRE O RENDIMENTO OPERACIONAL NA APLICAÇÃO EM PRÉ-EMERGÊNCIA DO HERBICIDA IMAZAPIC EM CANA-DE-AÇÚCAR (INTERFERENCE OF CARRIER VOLUME ON OPERATIONAL EFFICIENCY DURING A PRE-EMERGENCE APPLICATION OF IMAZAPIC HERBICIDE IN SUGAR CANE)
FABRÍCIO CATISSI INTRODUÇÃO: Tecnologia consiste na aplicação dos conhecimentos científicos a um determinado processo produtivo. Dessa forma, entende-se como “tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários” o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de contaminação de outras áreas (MATUO, 2001 citado por ANDEF, 2004). Segundo Ramos e Garcia (2004), o volume de calda utilizado nunca deverá ser a premissa da regulagem, mas sim a conseqüência da mesma. Regula-se um pulverizador para colocar a quantidade necessária de produtos sobre o alvo selecionado. Quanto menor o volume de água necessário para isso, maior a capacidade de trabalho dos pulverizadores e menor o custo de produção. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar a interferência do volume de calda, sobre a eficiência operacional, durante aplicações em pré-emergência do herbicida imazapic em cana soca. MATERIAL E MÉTODOS: Os ensaios foram realizados nos meses de maio a julho de 2008 em áreas comerciais de seis usinas da macro região de Ribeirão Preto/SP. O modelo da ponta de pulverização e o tamanho das gotas utilizados nos ensaios não foram alterados em relação ao padrão adotado pelas usinas, tendo-se utilizado para regulagem somente a alteração da vazão e pressão das pontas. Os dados dos equipamentos, da regulagem dos pulverizadores e dos tratamentos utilizados nos ensaios de volume são apresentados na Tabela 01.
Os volumes de pulverização utilizados nos ensaios foram: o mínimo possível aplicado pelo pulverizador (70 a 80 L.ha-1), 100, 150, 200 L.ha-1 e o padrão da usina. Cada tratamento foi representado por um volume de pulverização e este foi instalado em um talhão comercial da usina com aproximadamente 10 hectares. Em cada tratamento foi deixada uma área testemunha sem aplicação com aproximadamente 10 x 10m, a fim de se verificar as plantas daninhas presentes. Para possibilitar a análise da cobertura do solo, 6 papéis hidrossensíveis foram colocados sob a barra na área aplicada, sendo 3 sob a barra direita e 3 sob a barra esquerda do pulverizador. Também foram coletados os tempos referentes a abastecimento do pulverizador com a calda, a manobras nos carreadores, para esgotamento do tanque de pulverização, o necessário para deslocar do abastecimento até a área, além do comprimento do talhão, com a finalidade de possibilitar a comparação econômica em função da adoção dos diferentes volumes considerados. O ganho no rendimento operacional, calculado com base no tempo necessário para se pulverizar um ha, foi analisado considerando-se a seguinte fórmula proposta por MATUO (1990):
t = 1000 + 1000. TV + d . v. + TR.V Vp.L C.L Vd.Ca Ca
Onde: t = Tempo para pulverizar 1 hectare (min/ha); Vp = Velocidade de pulverização (m/min); L = Largura da faixa de pulverização (m); Tv = Tempo de virada ( min); C = Comprimento da faixa de tratamento (m); d = Distancia total percorrida para cada reabastecimento (m); V = Volume de pulverização (l/ha); Vd = Velocidade de deslocamento para reabastecimento (m/min); Ca = Capacidade do tanque (l); Tr = Tempo de reabastecimento do tanque (min)
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os rendimentos operacionais obtidos, considerando-se os dados médios obtidos em cada usina, alterando-se apenas o volume de aplicação, são apresentados na Tabela 2.
Estes resultados indicam que através da adoção dos volumes de calda inferiores é possível obter uma redução no tempo de pulverização de 01 ha, em relação ao maior volume, de no mínimo 06% ao máximo de 32%. Em relação a análise de porcentagem de deposição (Tabela 3), a cobertura do solo variou de 5,63 a 54,41%, o que permitirá relacionar controle com uma faixa bastante ampla de cobertura, permitindo a estimativa da cobertura mínima para a máxima eficácia do herbicida imazapic.
CONCLUSÃO: Conclui-se que a redução do volume de calda, na aplicação em pré-emergência do herbicida imazapic em cana soca, proporciona importantes ganhos no rendimento operacional, contribuindo para redução de custos em função da otimização da estrutura de aplicação de herbicidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDEF. Manual de tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários. Andef, São Paulo, 2004.
AGRADECIMENTOS: As usinas participantes pelo grande apoio na condução dos trabalhos. RESUMO: Entende-se que o objetivo na aplicação de defensivos agrícolas é o de colocar o produto biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica e com o mínimo de contaminação de outras áreas. Neste trabalho, se procurou avaliar os ganhos operacionais decorrentes do uso de diferentes volumes de calda de pulverização, durante a aplicação em pré-emergência do herbicida imazapic, em soqueiras de cana-de-açúcar. Os trabalhos foram conduzidos em parceria com 06 usinas de açúcar e álcool da região de Ribeirão Preto/SP. As aplicações foram feitas em áreas comerciais e os volumes de calda variavam desde o mínimo possível em cada usina até o volume máximo de 250 ou 300 L.ha-1. Para avaliação da porcentagem de deposição, em cada pulverização foram distribuídos papéis hidrossensíveis que posteriormente foram submetidos à análise do software IDRISI. Concomitantemente a aplicação, foram tomados vários parâmetros com objetivo de se avaliar o rendimento operacional. Dentro das condições em que o trabalho foi conduzido, pode-se concluir que a redução do volume de calda aumentou a eficiência operacional variando desde o ganho mínimo de 06% ao máximo de 32%. PALAVRAS-CHAVE: herbicida, tecnologia de aplicação, redução de calda
ABSTRACT: It is understood that the goal of pesticides application is to place the product biologically active on the target in the necessary amount, with economical viability and with the minimum of environmental contamination. In this research, we tried to evaluate the operational gains after testing different carriers volumes sprayed during the pre-emergence application of the herbicide imazapic in sugar cane. The tests were conducted in partnership with 06 sugar mill located around the region of Ribeirao Preto/SP. The sprayings were made in commercial areas and the carriers volumes ranged from the minimum possible in each sugar mill to the maximum amount of 250 or 300 L.ha-1. The percentages of deposition were collected by water sensitive papers which were scanned and analyzed to IDRISI method. In order to evaluate the operational gains, several parameters were taken during the applications. According these results, it was concluded that decrease the carrier volume increased operational efficiencies ranging from the minimum gain of 06% to a maximum of 32%. KEYWORDS: herbicide, pesticide application technology, carrier volume reduction
* Escrito para apresentação no IV Sintag - Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos - III Simpósio de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. 13 a 17 de outubro de 2008 – Ribeirão Preto/SP – Brasil
FABRÍCIO
CATISSI é
Engº Agrônomo, Técnico Desenvolvimento de
Mercado.BASF SA.
Dados para citação bibliográfica(ABNT): CATISSI, F.; MEDEIROS, D.; RAMOS, H.H.; PÍNOLA, C.E. Interferência do volume de calda sobre o rendimento operacional na aplicação em pré-emergência do herbicida imazapic em cana-de-açúcar . 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_4/imazapic/index.htm>. Acesso em:Publicado no Infobibos em 26/10/2008 |