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DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PINHÃO-MANSO

Lília Sichmann Heiffig[1]
Gil Miguel de Sousa Câmara[2]
Juan Saavedra del Aguila[3]

 

A produção de agroenergia, em larga escala, além da redução de custos em relação ao petróleo, apresenta vantagens ambientais, e gera renda e emprego no setor rural. Em outras palavras, promove o desenvolvimento sustentável do interior do Brasil, em especial nas regiões remotas.

A utilização do pinhão-manso, como matéria-prima para a produção de biodiesel, vem sendo amplamente discutida e avaliada, uma vez que esta é uma promissora cultura a ser implantada em áreas que não apresentem características edafoclimáticas favoráveis, favorecendo a distribuição do cultivo por todas as regiões brasileiras de diferentes matérias-primas, permitindo a melhor execução do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB (Heiffig & Câmara, 2006).

Figura 1. Vista superior de mudas de pinhão-manso.

No Brasil, a multiplicação do pinhão-manso é, basicamente por meio de sementeiras, porém, ainda há muito desencontro de informações precisas quanto aos melhores substratos utilizados e ao melhor sistema de produção de mudas.

A grande vantagem da produção de mudas em estufas é o estabelecimento da cultura com espaçamento ou população pré-determinada de plantas, com mudas de tamanho selecionado e uniforme, diminuição dos problemas fitossanitários, e menor competição inicial (Minami, 1995). Uma muda mal formada, debilitada, compromete todo o desenvolvimento da cultura, aumentando seu ciclo e ocasionando perda da produção. Dentre os vários fatores a serem considerados na escolha de um método de produção de mudas estão: as fases do preparo da muda, a disponibilidade de mão-de-obra e custos, pois qualquer sistema utilizado deve produzir mudas produtivas no campo (Barret, 1981).

Um fator determinante na porcentagem final de germinação e emergência de sementes e da formação das mudas é o substrato utilizado, sendo que a estrutura, aeração, capacidade de retenção de água, pH, riqueza em nutrientes essenciais e grau de infestação de patógenos são características que podem variar conforme o tipo de material utilizado (Popinigis, 1977).

Com os objetivos de estudar diferentes substratos na produção de mudas de pinhão-manso, conduziu-se experimento, em condições de estufa, com três repetições, constando de três níveis do fator substrato para a produção de mudas de pinhão-manso (solo argiloso + esterco 1:1; fibra de coco e substrato comercial Rendmax® Citrus).

Foram avaliados: a altura e o diâmetro das plântulas aos 30, 45 e 60 dias após a semeadura e peso de matéria seca de parte aérea e de raiz.

Avaliando-se os diferentes substratos para a produção de mudas de pinhão-manso, verificou-se interação significativa para altura e diâmetro de caule das plântulas aos 30, 45 e 60 dias após a semeadura (DAS) e peso de matéria seca de parte aérea e de raiz.

O tratamento com substrato comercial sobressaiu sobre os demais tratamentos, obtendo-se aos 60 dias da semeadura, mudas com maior altura e diâmetro de caule, ou seja, melhor formadas. No que diz respeito à formação de sistema radicular, o tratamento com substrato comercial apresentou os melhores resultados. Observou-se diferença significativa entre o substrato comercial Rendmax® Citrus, com maior desenvolvimento radicular, e o substrato solo argiloso + esterco 1:1, com menor desenvolvimento.

Mudas robustas e que apresentam maior porcentual de emissão de raízes são mais aptas a condições de estresse ambiental, garantindo maiores taxas de sobrevivência no campo (Freitas, 2003).

A partir dos resultados obtidos, conclui-se que: a) as limitações nutricionais e a granulometria do substrato, por conseguinte, a aeração, a umidade e a temperatura, interagem diretamente na emergência, no desenvolvimento e na produção de mudas de pinhão-manso; b) o substrato comercial Rendmax® Citrus é o mais indicado para a produção de mudas de pinhão-manso.

 

Figura 2. Plantas de pinhão-manso aos 60 DAS.

 

Referências Bibliográficas

BARRET, R.L. The use of planter flats for raising Forest nursey stock. South African Forestry Journal, v. 117, p. 65-67, 1981.

FREITAS, T.A.S. Sistema de blocos prensados para a produção de mudas clonais de eucalipto. 2003. 115f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, 2003.

HEIFFIG, L.S.; CÂMARA, G.M.S.   Potencial da cultura do pinhão-manso como fonte de matéria-prima para o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. In: CÂMARA, G.M.S.; HEIFFIG, L.S. (Coord.) Agronegócio de Plantas Oleaginosas: matérias-primas para biodiesel.  Piracicaba: ESALQ/USP/LPV, 2006. p. 105 – 121.

MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São Paulo: T.A. Editor, 1995. 128 p.

POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIPLAN, 1977. 289 p.



Origem: Instituto Agronômico - IAC - www.iac.sp.gov.br


[1] Lília Sichmann Heiffig é Pesquisadora Científica do Centro de Grãos e Fibras. Email: lilia@iac.sp.gov.br.
[2] Gil Miguel de Sousa Câmara é Professor Doutor do Departamento de Produção Vegetal da USP/ESALQ.
[3] Juan Saavedra del Aguila é Doutorando do Programa de Fitotecnia da USP/ESALQ.



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

HEIFFIG, L.S.; CÂMARA, G.M.S.; AGUILA, J.S. del.  Diferentes substratos na produção de mudas de pinhão-manso. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_3/PinhaoManso/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 23/09/2008

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