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Produtor só tem a ganhar com a adoção
do manejo integrado de pragas
por Dalízia Aguiar
Os entomologistas, em coro, afirmam
que o manejo integrado de pragas (MIP) é uma das melhores formas de
se controlar o ataque de insetos às lavouras e a prática deve ser
adotada já no planejamento da safra seguinte. O assunto foi tratado
durante o IX Seminário Nacional de Milho Safrinha, em Dourados-MS,
com a presença dos pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Crébio José Ávila (Dourados-MS) e Ivan
Cruz (Sete Lagoas-MG).
Quanto ao manejo de pragas iniciais de milho, Crébio Ávila,
primeiramente, as classifica conforme seu habitat, como
subterrâneas, de superfície e parte aérea, sofrendo influências de
fatores climáticos e cultivo. Percevejo castanho, corós,
larva-alfinete, lagarta-elasmo, tripes, cigarrinhas-das-pastagens,
piolho-de-cobra, caracóis e lesmas e percevejo barriga-verde são os
destaques encontrados nos milharais.
Na fase de estabelecimento da cultura, o pesquisador da Embrapa
Agropecuária Oeste, ressalta que o coró (Liogenys sp) é uma
larva localizada no solo, proveniente dos adultos que fizeram
revoadas em outubro e novembro, depositando seus ovos e no plantio
de milho são encontrados. “O inseto é subterrâneo, se alimenta da
raiz do milho reduzindo sua capacidade de absorção de água e
nutrientes, ao final, afeta a produtividade da planta. Uma vez
constatada a presença dos corós na lavoura há basicamente duas
estratégias para controle: a aplicação de inseticidas na semente,
tratando-a antes do plantio; e a aplicação de inseticidas em
pulverização, no sulco de plantio, no momento da semeadura”.
Além dele, o percevejo barriga-verde, de acordo com Crébio Ávila,
também é uma praga problemática do safrinha, que adaptou-se ao
sistema de sucessão soja-milho. “No milho pode causar prejuízos, em
especial, na planta jovem, com até
15 a
20 dias de emergência”. As medidas de controle, com uma população
alta de percevejos, é a pulverização na palhada, com inseticidas
recomendados, antes do plantio. Outra técnica adotada é a mesma do
coró, o tratamento de sementes.
Para os entomologistas da Embrapa, Ivan Cruz e Crébio Ávila, o
percevejo castanho (Scaptocoris castanea) é uma praga coringa
e uma das mais delicadas, por que há poucos pesquisadores dedicados
ao estudo no Brasil e falta à pesquisa entender completamente a
bioecologia desse inseto, sua dinâmica populacional e outros
fatores. O percevejo ataca várias culturas, causando danos na soja,
algodão, pastagens, feijão e milho. “Tive relatos de percevejo
castanho em goiaba”, preocupa-se Ivan.
Segundo Crébio o “sucesso gerencial da lavoura precisa das noções de
MIP e o manejo tem que ser feito com controle efetivo e econômico,
bom senso, conhecimento prévio, acesso, informações disponíveis e
coragem”. Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, completa
enfatizando que “precisamos repensar o manejo integrado de pragas,
pois ele é necessário e urgente. Hoje, a cada município, notamos que
se modifica a praga mais importante e sem um programa de manejo, ao
final da safra, o prejuízo é certeiro”.
Lagarta–do-cartucho
– “no passado ela atacava o cartucho, hoje os danos são diferentes”,
alerta Ivan Cruz. Ele esclarece que a maior preocupação da
comunidade cientifica é a precocidade dos ataques e a resistência a
inseticidas. “É recomendável que seja feito tratamento de semente;
entretanto, a partir da fase do cartucho, a aplicação somente deve
ser efetuada caso a população atinja um nível alto e cause um
prejuízo maior do que o custo para controle”, aconselha Ivan.
O tratamento de sementes, para o especialista da Embrapa Milho e
Sorgo, é sugerido por ter custo baixo, onde “o gasto é algo em torno
de duas sacas de milho”. O uso de feromônios sexuais, método não
destrutivo, é outra ferramenta usada na tomada de decisão, com
estimativa real e investimento baixo. “A armadilha é bastante
simples e eficaz”.
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Palestra do pesquisador Ivan Cruz
no Seminário de Milho Safrinha |
foto - Nilton Pires de Araújo |
Dalízia Aguiar - DRT/MS 28/03/14 - é Jornalista da Embrapa Agropecuária Oeste - Dourados/MS.
Contato: Fone: (67) 3425-5122 r.: 180 - e-mail:
dalizia@cpao.embrapa.br
Reprodução autorizada desde
que citado o autor e a fonte
Dados para citação
bibliográfica(ABNT):
AGUIAR, D.
Produtor só tem a ganhar com a adoção
do manejo integrado de pragas.
2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/MilhoSafrinha/index.htm>.
Acesso em:
Publicado no Infobibos
em 25/01/2008
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