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Safra verão -
chegou a hora do milho
por Dalízia Aguiar
Ao lado da soja, a cultura de milho é uma das pontas-de-lança da
expansão da atividade agrícola brasileira. O seu cultivo é altamente
beneficiado pela tecnologia e pelas inovações da pesquisa agrícola.
Cultivado em todo o Brasil, é usado tanto diretamente como alimento,
quanto para usos alternativos. A maior parte de sua produção é
utilizada na alimentação animal e, de acordo com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Brasil
apenas 5% do milho produzido se destina ao consumo humano, e mesmo
assim, de maneira indireta na composição de outros produtos.
Os Estados líderes na produção de milho são São Paulo e Paraná. “Apesar
de Mato Grosso do Sul estar, cada vez mais, procurando opções de
culturas para melhorar seu sistema agrícola de produção, o milho
ainda é pouco cultivado na safra de verão atingindo pouco mais de
100 mil ha ano no estado, tendo no município de Chapadão do Sul o
maior produtor de MS”, revela o pesquisador de Socioeconomia da
Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, Alceu Richetti.
Richetti apresentou recentemente as estimativas dos custos de
produção fixo, variável e total da cultura do milho para a safra
2006/07, tomando como base a média dos sistemas de produção
predominantes entre produtores de portes variados dos municípios de
Dourados e Chapadão do Sul.
Para
o levantamento foram considerados dois sistemas de produção, um no
Sistema Convencional (SC) que utiliza o preparo do solo e outro no
Sistema Plantio Direto (SPD) que se caracteriza pela semeadura
direta sobre palha da cultura anterior, sem revolvimento do solo.
“Com base nesses sistemas, o produtor pode obter produtividades
iguais ou superiores àquelas consideradas nos custos de produção,
desde que utilize a tecnologia expressa pelos sistemas refletidos
nos itens de custos”, explica Alceu.
O
pesquisador também esclarece que “deve-se considerar que cada
propriedade apresenta particularidades quanto à topografia,
condições físicas e de fertilidade dos solos, tipos de máquinas,
área plantada, nível tecnológico e, até mesmo, aspectos
administrativos, o que as tornam diferenciadas quanto à estrutura e
valores dos custos de produção. Portanto, os custos poderão ser
diferentes e, o ponto de equilíbrio e a produtividade de cobertura
podem variar em função de alterações no custo de produção ou no
preço do produto, ocasionando maior ou menor lucratividade”.
Sistema convencional
- em Dourados, a estimativa, por hectare, da cultura do milho, é de
R$ 1.276,10. O custo fixo representa 20,8% do custo total; as
despesas com insumos, 50,0%; as operações agrícolas, 13,9% e outros
custos, 15,3%.
Já em
Chapadão do Sul, a estimativa é de R$ 1.439,53. O custo fixo é 17,1%
do custo total; as despesas com insumos, 55,5%; as operações
agrícolas, 10,5% e outros custos, 16,9%.
“Considerando-se a produtividade de 120 sc ha-1 que pode
ser obtida em Dourados e 140 sc ha-1 em Chapadão do Sul,
o custo total médio por saca de
60 kg é
de R$10,63 e R$10,28, respectivamente”, afirma o pesquisador da
Embrapa.
Sistema plantio
direto
– o custo para Dourados do milho 1ª safra é de R$ 1.215,63. O custo
fixo representa 19,3% do custo total; as despesas com insumos,
55,4%; as operações agrícolas, 9,2% e outros custos, 16,1%.
Em
Chapadão do Sul, a estimativa por hectare é de R$ 1.398,87. O custo
fixo representa 15,8%; as despesas com insumos, 60,5%; as operações
agrícolas, 7,2% e outros custos, 16,5% do total.
Nos
dois sistemas, os itens que mais oneram são os fertilizantes, a
semente, o transporte externo e os herbicidas.
Segundo Richetti, “para uma produtividade de 120 sc ha-1
que pode ser obtida em Dourados e 130 sc ha-1 em Chapadão
do Sul, o custo total médio por saca de
60 kg é
de R$10,13 e R$ 10,45, respectivamente”.
Com
relação à safra anterior, as estimativas tiveram uma queda de 11% em
média, seja no sistema convencional ou plantio direto. Isso deve-se
“a redução nos preços dos insumos agrícolas”, observa o
socioeconomista.
Sementes
- para a safra
2006/2007, das 275 cultivares de milho que estão sendo
comercializadas, 32 são da Embrapa. De acordo com o pesquisador José
Carlos Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas - MG),
investimento em tecnologia por parte dos produtores e a grande
oferta de cultivares, do lado das empresas, são aspectos que têm
demonstrado a dinâmica dos programas de melhoramento.
Ele
elucida que “uma importante característica a ser observada ao se
plantar uma cultivar é a densidade de plantio, que, quando
inadequada, pode ser razão de insucesso da lavoura. A maioria das
empresas já estão recomendando densidades de plantio em função da
região, da altitude e da época de plantio. Além disso, já existem
outras recomendando a densidade em função do espaçamento, o que
representa uma evolução”.
Dalízia Aguiar - DRT/MS 28/03/14 - é Jornalista da Embrapa Agropecuária Oeste - Dourados/MS.
Contato: Fone: (67) 3425-5122 r.: 180 - e-mail:
dalizia@cpao.embrapa.br
Reprodução autorizada desde
que citado o autor e a fonte
Dados para citação
bibliográfica(ABNT):
AGUIAR, D.
Safra verão -
chegou a hora do milho.
2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/Milho/index.htm>.
Acesso em:
Publicado no Infobibos
em 07/01/2008
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