Problemas identificados na lima ácida ‘Tahiti’ do Estado da Bahia comercializada na Europa

 

COELHO, Y.S.;
LORDÊLO, C.M.;
CALDAS, R.C.

 

            O Estado da Bahia é o segundo produtor de lima ácida 'Tahiti' (Citrus latifolia Tan) do Brasil, ocupando atualmente uma área de 3.028 ha, com uma produção anual de 44,6 mil toneladas. Os frutos produzidos destinam-se, basicamente, para o consumo “in natura” no mercado interno e para exportação. Nos últimos anos, com o início das exportações da lima ácida para o mercado europeu, a cultura do ‘Tahiti’ na Bahia vem passando por um processo de acentuada modernização. Essa consolidação do cultivo da lima ácida ‘Tahiti’ no Estado da Bahia como um produto de exportação estimulou o crescimento da área cultivada, cuja produção alcança, aproximadamente, 60% do total colhido na Região Nordeste do Brasil, que totaliza 74,8 mil toneladas.

 

            Embora as exportações brasileiras representem em torno de 2% do total produzido, a expectativa é de aumento na comercialização para o exterior. Na Bahia, graças às amplas áreas disponíveis, condições favoráveis de clima, solo e mercado, os novos investimentos estão sendo direcionados para todos os segmentos da cadeia, incluindo a implantação de modernas casas de beneficiamento e câmaras frigoríficas. As perspectivas que se abrem estimulam, por extensão, o plantio de novos pomares, com reflexos entre os viveiristas, em função da demanda crescente por mudas de boa qualidade.

 

            Esse interesse sem precedentes do mercado externo pela lima ácida ‘Tahiti’ exige, por outro lado, atenção redobrada por parte dos produtores e agentes da cadeia produtiva em relação à qualidade do fruto e à regularidade na oferta. Análises de containers de ‘Tahiti’ comercializados por exportadoras baianas para o mercado europeu identificaram problemas que resultam em perdas de frutos que, em determinados momentos, ultrapassam 20% do total comercializado. As razões das perdas em sua maioria estão associadas aos processos de colheita e beneficiamento pós-colheita. Dentre os problemas mais comuns, em escala de prioridade, incluem-se: 1) frutos excessivamente maduros; 2) podridão estilar; 3) danos mecânicos; 4) mancha de ácaros; 5) desuniformidade na cor; 6) oleocelose causada por excesso de turgidez do fruto; 7) fumagina; 8) presença de cochonilhas; 9) podridões ou “bolor” (Penicillium digitatum e/ou Penicillium italicum); 10) frutos imaturos, com baixo teor de suco; 11) cicatrizes causadas por atrito do vento na árvore ou trips. O aperfeiçoamento na colheita, um maior rigor na seleção de frutos e a melhoria no processo de beneficiamento são ações que podem reduzir perdas, confirmar na Europa o marketing da qualidade do ‘Tahiti’ do Estado da Bahia e consolidar o agronegócio da lima ácida, sobretudo quando voltado para o mercado exterior.

 


COELHO, Y.S1.;  LORDÊLO, C.M.2; CALDAS, R.C.1

1Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas-BA, ygor@cnpmf.embrapa.br, rcaldas@cnpmf.embrapa.br; 2Katopé Brasil Ltda., Salvador-BA, cmehmeri@katope.com.br



Reprodução autorizada desde que citado o autor e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

COELHO, Y.S.; LORDÊLO, C.M.; CALDAS, R.C. Problemas identificados na lima ácida ‘Tahiti’ do Estado da Bahia comercializada na Europa. 2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2007_4/LimaAcida/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 05/12/2007

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