ASPECTOS TÉCNICOS DO CULTIVO DA FIGUEIRA Rafael Pio
Frutífera da família Moraceae, originária da região arábica mediterrânea, apresenta folhas caducas que caem no outono-inverno. A figueira se desenvolve melhor nas regiões subtropicais temperadas, mas é de comportamento cosmopolita, com grande capacidade de adaptação climática. Apresenta porte arbustivo nos pomares paulistas, conduzidos sob poda drástica. Os figos destinam-se ao consumo in natura ou à industrialização, em forma de doces em calda (verdes e inchados), cristalizados, figada e secos do tipo rami. Cultivar: Roxo de Valinhos ou clonal similar. Mudas e época de plantio: as mudas são produzidas a partir de estacas enraizadas. A época de realização do plantio vai depender do tipo de mudas disponível: Mudas de raízes nuas: em junho a julho; em recipientes: em qualquer época, porém, de preferência, na estação das águas. Utilizar mudas provenientes de viveiros livres de nematóide; evitar o aproveitamento de filhotes que se formam junto do tronco das plantas adultas. A estaquia direta no campo é um processo de multiplicação que pode ser conveniente pela maior rapidez na implantação do figueiral, sob condições favoráveis de clima e solo. Espaçamento: se o plantio for destinado ao consumo in natura, deve-se adotar o espaçamento de 2,5 x 2,5m ou 3 x 2m. Se o objetivo for figo para indústria, recomenda-se usar 3 x 1m ou 2,5 x 1,5m. Mudas necessárias: 1.600/ha (mesa) e 3.300/ha (indústria). Calagem e Adubação: de acordo com a análise de solo, aplicar o calcário para elevar a saturação por bases a 70%. Aplicar o corretivo em área total, antes do plantio ou mesmo durante a exploração do pomar, incorporando-o mediante aração e/ou gradagem. As covas para o plantio devem ter dimensões de 40x40x40cm. A primeira camada de solo (até os 30 cm iniciais), é separada do subsolo (demais 30 cm) e misturada com 5Kg de esterco de galinha ou 20Kg de esterco de curral curtido, 1Kg de calcário, 100g de P2O5 e 50g de K2O. Essa mistura é colocada no fundo da cova, completando-se o que faltar com a terra provinda da raspagem superficial do terreno. A do subsolo é utilizada para a construção da bacia ao redor da muda, após o plantio. No demais anos, realizar a adubação de acordo com a análise do solo e/ou foliar. Irrigação: aconselhável nas estiagens da primavera de modo localizado e, de preferência, por gotejamento. Outros tratos culturais: poda anual drástica de inverno e desbrotas, para manter a copa arejada, com 6 a 12 ramos por planta; manter espessa camada de cobertura morta, com capim gordura ou bagacilho de cana. Controle de pragas e doenças: as principais pragas que atacam a figueira são: broca dos ponteiros, coleobrocas e broca da seca da figueira. Quanto às doenças, pode-se citar: nematóides, ferrugem, antracnose, podridão dos frutos maduros, secas dos ramos, bacteriose e mancha de cercospora. Para o controle recomenda-se realizar, no inverno, a caiação do tronco e no período de vegetação, aplicação de inseticidas + óleo mineral e fungicidas combinados com calda bordalesa ou produtos a base de cobre. Colheita: o período de colheita vai depender da época de poda e do destino do fruto a ser produzido. De modo geral, colhe-se o fruto de novembro a maio. Produtividade normal: 20 a 22 t/ha de frutos maduros ou inchados, ou 10 t/ha de verdes em pomares adultos racionalmente conduzidos. Bibliografias Consultadas BARBOSA, W.; POMMER, C.V.; RIBEIRO, M.D.; VEIGA, R.F.A. & COSTA, A.A. Distribuição geográfica e diversidade varietal de frutíferas e nozes de clima temperado no Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.25, n.2, p.341-344, 2003. CAMPO DALL'ORTO, F.A.; BARBOSA, W.; OJIMA, M. & RAIJ, B. van. Frutas de Clima Temperado: II. Pêra, figo, maçã, marmelo e pêssego em pomar compacto. In: RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO E CALAGEM PARA O ESTADO DE SÃO PAULO. Campinas, Instituto Agronômico, 1996. (Boletim, 100) p. 139-140. OJIMA, M.; CAMPO DALL'ORTO, F.A.; BARBOSA, W. & RAIJ, B. van. Frutas de Clima Temperado: I. Ameixa, nêspera, pêssego, nectarina e damasco-japonês (umê). In: RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO E CALAGEM PARA O ESTADO DE SÃO PAULO. Campinas, Instituto Agronômico, 1996. (Boletim, 100) p. 137-138. OJIMA, M.; CAMPO DALL'ORTO, F.A.; BARBOSA, W.; RIGITANO, O.; MARTINS, F.P.; SANTOS, R.R.; CASTRO, J.L. & SABINO, J.C. Pêssego, nectarina, ameixa, caqui, nêspera, nogueira-macadâmia, figo e pecã. In: INSTRUÇÕES AGRICOLAS PARA AS PRINCIPAIS CULTURAS ECONÔMICAS. Campinas, Instituto Agronômico, 1998. (Boletim, 200).
Reprodução autorizada desde que citado o autor e a fonte Dados para citação bibliográfica(ABNT): PIO, R.; CHAGAS, E.A.; BARBOSA, W.; DALL `ORTO, F.A.C.. Aspectos técnicos do cultivo da figueira. 2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2007_1/figueira/index.htm>. Acesso em: 29/11/2006Publicado no Infobibos em 10/01/2007 |