CONFREI
André May
Planta herbácea perene que se apresenta como uma pequena touceira, originária do Centro e Norte da Europa e da Ásia, da família Boraginaceae, de clima temperado e frio, perfeitamente aclimatada na região Centro-Sul do Brasil (PANIZZA, 1997). É conhecido popularmente por consolda, consolida, confrei-russo, leite-vegetal, capim-roxo-da-rússia, orelhas-de-asno, erva-do-cardeal, língua-de-vaca e erva-encanadeira-de-osso (PANIZZA, 1997; MARTINS, et al. 1994). Suas folhas são de formato entre lanceolado e oval, ásperas, com nervuras bem visíveis, sendo grandes na base da planta e menores um pouco na parte superior, chegando a quase meio metro de altura (PANIZZA, 1997; MATOS, 1998). Pelo seu alto teor de proteínas (28 a 30%), o confrei também é utilizado como planta forrageira (SARTÓRIO et al., 2000). Contém mucilagens, alantoína, alcalóides pirrolizidínicos, taninos, mucilagens, colina, sais minerais, vitaminas e ácido fólico (SARTÓRIO et al., 2000). A alantoína, é a substância responsável por propriedades cicatrizante, hidratante e de regeneração celular (SARTÓRIO et al., 2000). É uma planta rústica e de fácil cultivo, resiste à seca e às geadas. Precisa de bom teor de umidade e local ensolarado para ter boa produção, mas não resiste ao encharcamento. A planta é indicada como antiinflamatório, cicatrizante, rejuvenescimento e revitalização de células, cicatrizante em queimaduras, entre outros (SARTÓRIO et al., 2000). Cultivar: a própria espécie botânica. Propagação: por mudas pela divisão de touceiras ou pedaços de rizomas com 5 cm. Época de plantio: De agosto a novembro. Se tiver condições satisfatórias de calor e umidade, o plantio pode ser realizado o ano todo (SARTÓRIO et al., 2000). Espaçamento: 0,60 a 0,80 m x 0,60 m (RAIJ et al., 1996). Mudas necessárias: 20.800 a 27.800 mudas ha-1 (RAIJ et al., 1996). Controle da erosão: plantio em nível, práticas conservacionistas adequadas ao tipo de solo e declividade. Calagem e adubação: elevar o índice de saturação por bases a 60%. Quando disponível, aplicar 50 t ha-1 de esterco de curral curtido. No plantio, aplicar 60 kg ha-1 de N e, dependendo da análise de solo, 50 a 150 kg ha-1 de P2O5 e 40 a 150 kg ha-1 de K2O, no sulco. Em cobertura, 30 dias após o plantio, aplicar 60 kg ha-1 de N. Após cada cone, repetir a adubação de N e K2O (RAIJ et al., 1996). Outros tratos culturais: capinas. Controle de pragas e doenças: eventualmente, efetuar controle de formigas, gafanhotos e vaquinha; além de doenças fúngicas no colo da planta (SARTÓRIO et al., 2000). Colheita: A cada dois ou três meses, a partir do quarto mês de plantio, colhem-se as folhas, cortando-se toda a parte aérea da planta e prosseguindo durante todo o ano. A colheita do rizoma pode ser feita após o quarto ano de cultivo, após o plantio de inverno, ou após a renovação da lavoura (MARTINS, et al. 1994). Produtividade normal: 1,5 a 2,3 t ha-1 de folhas secas; 3 a 8 t ha-1 de raízes secas (SARTÓRIO et al., 2000). A cultura pode permanecer produtiva por 5 a 6 anos, necessitando replantio após esse período. Rotação: leguminosas. Referências bibliográficas MATOS, F.J. A. Farmácias Vivas. Sistema de utilização de plantas para pequenas comunidades. 3ª ed., UFC, Fortaleza, CE , 219p, 1998. MARTINS, E.R.; CASTRO, D.M.; CASTELLANI, D.C.; DIAS, J.E. Plantas Medicinais. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 220p, 1994. PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. IBRASA, Instituição Brasileira de Difusão Cultural LTDA, São Paulo, SP, 25ª ed, 280p, 1997. RAIJ, B.; CANATRELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o estado de São Paulo. Campinas, Instituto Agronômico - Fundação IAC, Boletim Técnico 100, 285p, 1996. SARTÓRIO, M.L.; TRINDADE, C.; RESENDE, P.; MACHADO, J.R. Cultivo orgânico de plantas medicinais. Ed.Aprenda Fácil, 258p, 2000.
André May possui
graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (1997), mestrado em Agronomia (Produção
Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(2001) e doutorado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2006). Atualmente é
Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas. Tem
experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atuando
principalmente nos seguintes temas: Allium cepa, cebola,
população, nutrição.
Reprodução autorizada desde que citado o autor e a fonte Dados para citação bibliográfica(ABNT): MAY, A.; MORAES, A.R.A. de . CONFREI: Symphytum officinale LPublicado no Infobibos em 19/01/2007 |