CALAGEM E ADUBAÇÃO PARA HORTALIÇAS SOB CULTIVO PROTEGIDO

por Paulo Espíndola Trani

1. Introdução:

             Vem crescendo a demanda por informações sobre a aplicação de calcário e fertilizantes em hortaliças cultivadas sob estufa plástica.

            De uma maneira geral as produtividades de hortaliças sob cultivo protegido, tais como pimentão, tomate e pepino, são duas até quatro vezes superiores às produtividades obtidas no campo, a céu aberto. Isso tem estimulado à realização de novas pesquisas científicas voltadas a definição sobre as quantidades e maneiras de aplicação de fertilizantes neste moderno sistema de produção.

            O presente trabalho  apresenta informações e recomendações sobre o manejo de corretivos e fertilizantes para o sistema de produção de hortaliças sob cultivo protegido.

2. Interpretação da análise de solo

              Pesquisas realizadas no Instituto Agronômico de Campinas, com relação à adubação de hortaliças baseiam-se no conceito da produção relativa, ou seja, levam em conta a resposta das culturas aos nutrientes aplicados através da adubação. Esse conceito é aplicado principalmente para a interpretação dos teores de fósforo e potássio dos solos.O gráfico a seguir (Figura 1) mostra, como exemplo, a relação entre as produções relativas das culturas (incluindo hortaliças) e os teores de potássio no solo.

Figura 1. Interpretação para os teores de potássio no solo e produção relativa de hortaliças.


Produção relativa para o potássio  =  Produção com adubação NP    x 100
                                                        Produção com adubação NPK

         Com base neste conceito as adubações indicadas conforme os teores de nutrientes do solo são as seguintes:

   Teor muito baixo: Adubações máximas, inclusive visando elevar o teor do nutriente no solo.

   Teor baixo: Adubações elevadas, ainda visando elevar o teor do nutriente do solo.

   Teor médio: Adubações moderadas, para garantir a produção e manter ou elevar o teor do nutriente do solo.

   Teor alto: Adubações leves de manutenção ou de arranque e para manter o nutriente na faixa de teores altos.

   Teor muito alto: Podem ser dispensadas adubações para culturas menos exigentes e que retirem poucos nutrientes com as colheitas.

           A tabela 1 apresenta a interpretação da análise do solo visando a calagem e a adubação de hortaliças em geral (campo e cultivo protegido).

 

Tabela 1.  Interpretação de P, K, Ca, Mg, S e V% em solos.

Teor

K+trocável

mmolc/dm3

P(resina)

mg/dm3

Ca++trocável

mmolc/dm3

Mg++trocável

mmolc/dm3

S – SO4--

mg/dm3

V

%

muito baixo

0,0 – 0,7

0 – 10

0 – 4

0 – 2

0 – 2

0 – 25

baixo

0,8 – 1,5

11 – 25

5 – 10

3 – 5

3 – 5

26 – 50

médio

1,6 – 3,0

26 – 60

11 – 20

6 – 10

6 – 10

51 – 70

alto

3,1 – 6,0

61 – 120

21 – 40

11 – 15

11 – 15

71 – 90

muito alto

> 6,0

> 120

> 40

> 15

> 15

> 90

Fonte: Raij et al. (1997) e Ribeiro et al. (1999)

          A interpretação para os níveis de cálcio deve ser adotada com cautela devendo se levar em conta a textura do solo. Assim é que 15 mmolc de Ca++/dm3 de solo pode ser considerado como teor médio a alto em solo arenoso e teor médio a baixo em solo argiloso.

          A interpretação para os níveis de enxofre (S) como sulfato (SO4--) que é a  forma mais disponível às plantas, também é apresentada na tabela 1.

          Com relação aos micronutrientes presentes no solo, a interpretação visando a adubação de hortaliças, é apresentada na tabela 2.

Tabela 2.  Interpretação dos teores de micronutrientes em solos1.

Teor

B

     mg/dm3

Cu

mg/dm3

Fe

mg/dm3

Mn

mg/dm3

Zn

mg/dm3

Baixo

0 – 0,30

0 – 0,2

0 – 4

0 – 1,2

0 – 0,5

Médio

0,31 – 0,60

0,3 – 0,8

5 – 12

1,3 – 5,0

0,6 – 1,2

Alto

> 0,60

> 0,8

> 12

> 5,0

> 1,2

1 Boro extraído por água quente ; Cu, Fe, Mn e Zn extraídos pelo DTPA.
Fonte: Raij et al. (1997)

          Quanto ao  nitrogênio (N), este é fornecido com base na sua extração pelas plantas e exportação pelas colheitas. Um indicativo do teor de nitrogênio presente  no solo é a quantidade de matéria orgânica do mesmo. Cerca de 5% da matéria orgânica do solo é constituída por nitrogênio total. No entanto, este nem sempre está em forma disponível às plantas. As formas de N no solo, disponíveis às plantas, como a  nítrica (NO3-) e a   amoniacal (NH4+) ou mesmo as não disponíveis , são instáveis ou seja, são sujeitas à rápidas mudanças, devido as ações dos microorganismos  na mineralização da matéria orgânica, às lixiviações provocadas  pelas águas da chuva ou irrigação, etc.

          Os teores de matéria orgânica do solo indicam também de maneira  indireta, a textura (granulometria) do solo. Considera-se solo arenoso aquele que contém matéria orgânica até 15 g/dm3; solo de textura média aquele com matéria orgânica entre 16 e 30 g/dm3 e solo argiloso aqueles com matéria orgânica entre 31 a 60 g/dm3. Sempre que possível, é interessante realizar a análise granulométrica (textura) do solo para se conhecer as reais quantidades de areia, silte e argila do mesmo.

3. Interpretação da análise foliar

          A análise foliar é uma ferramenta fundamental na aferição mais precisa para as recomendações de doses de macro e micronutrientes em hortaliças.

          As partes das plantas a serem amostradas, a época de amostragem , o número de plantas a serem coletadas  e a interpretação das análises foliares para algumas hortaliças conduzidas sob cultivo protegido são apresentadas respectivamente nas tabelas 3; 4 e 5. Ressalte-se que é importante a adoção desses critérios de amostragem para permitir a correta interpretação dos resultados das análises. Caso não seja possível amostrar as hortaliças nas épocas indicadas deve-se fazer duas amostragens, coletando as plantas “com anomalias” separadamente das plantas aparentemente “normais”, possibilitando comparar os resultados. Isso permitirá obter boas conclusões quanto a possíveis problemas de deficiência ou toxidez de nutrientes.

Tabela 3. Amostragem de hortaliças sob cultivo protegido, para análise foliar

Hortaliça

Descrição da amostragem

Alface

Folhas recém desenvolvidas, da metade a 2/3 do ciclo: 15 plantas

Berinjela

 Pecíolo da folha recém desenvolvida: 15 plantas

Pepino

 5ª folha a partir da ponta, excluindo o tufo apical, no início do    florescimento: 20 plantas.

Pimentão

 Folha recém desenvolvida, do florescimento à metade do ciclo: 25 plantas

Tomate

 Folha com pecíolo, por ocasião do 1º fruto maduro: 25 plantas

 

Tabela 4. Faixas de teores adequados de macronutrientes nas folhas de hortaliças.

Hortaliça

N

g/kg

P

g/kg

K

g/kg

Ca

g/kg

Mg

g/kg

S

g/kg

Alface

30 – 50

4 – 7

50 – 80

15 – 25

4 – 6

1,5 – 2,5

Berinjela

40 – 60

3 – 12

35 – 60

10 – 25

3 – 10

Pepino

45 – 60

3 – 12

35 – 50

15 – 35

3 – 10

4 – 7

Pimentão

30 – 60

3 – 7

40 – 60

10 – 35

3 – 12

Tomate

40 – 60

4 – 8

30 – 50

14 – 40

4 – 8

3 – 10

 

Tabela 5. Faixas de teores adequados de micronutrientes  nas folhas de hortaliças.

Cultura

B

mg/kg

Cu

mg/kg

Fe

mg/kg

Mn

mg/kg

Mo

mg/kg

Zn

mg/kg

Alface

30 – 60

7 – 20

50 – 150

30 – 150

0,8 – 1,4

30 – 100

Berinjela

25 – 75

7 – 60

50 – 300

40 – 250

20 – 250

Pepino

25 – 60

7 – 20

50 – 300

50 – 300

0,8 – 1,3

25 – 100

Pimentão

30 – 100

8 – 20

50 – 300

30 – 250

30 – 100

Tomate

30 – 100

5 – 15

100 – 300

50 – 250

0,4 – 0,8

30 - 100

4. Calagem

          A necessidade da calagem é determinada pela porcentagem de saturação por bases do solo e a tolerância da espécie de hortaliça ao menor ou maior grau de acidez do solo. A equação para cálculo da calagem é dada por:

NC  =  CTC (V2 – V1
           10 PRNT

na qual
   NC = Necessidade de calagem, em t/ha;
   CTC (ou T) = Capacidade de troca de cátions do solo expressa em mmolc/dm3 de solo.
   V1 = Saturação por bases dada pela análise do solo.
   V2 = Saturação por bases que se pretende atingir (de uma maneira geral entre 70 e 80%).

          A incorporação do calcário deve ser feita até 20 a 30 cm de profundidade, pois diversas hortaliças tem o sistema radicular tão profundo como culturas extensivas. Dentre as hortaliças de sistema radicular profundo cultivadas em estufa agrícola pode-se citar o tomate. Com o sistema radicular moderadamente profundo destacam-se pimentão, pepino, berinjela, melão, salsa e cebolinha.  Entre aquelas de sistema radicular pouco profundo citam-se a alface, chicória e almeirão.

          A aplicação do calcário deve ser feita com pelo menos 30 a 40 dias de antecedência ao plantio utilizando-se de preferência o calcário finamente moído (“filler”) com PRNT de 80 a 90% ou parcialmente calcinado (PRNT  de 90 a 100%). Caso seja encontrado apenas o calcário comum (PRNT de 60 a 70%) este deve ser incorporado ao menos 60 dias antes do plantio das hortaliças. Deve-se preferir os calcários que contenham boa quantidade de magnésio em sua composição, como os dolomíticos (acima de 12% de MgO).

5. Adubação orgânica em pré-plantio.

          A adubação orgânica para hortaliças sob cultivo protegido apresenta as seguintes vantagens:

a)      Melhora as condições físicas do solo, diminuindo, por exemplo, os problemas de compactação de solos, freqüente no sistema de cultivo protegido.

b)      Diminui a incidência de nematóides visto que os adubos orgânicos em geral possibilitam o desenvolvimento nos solos de microorganismos úteis que tem ação antagônica aos nematóides.

c)      Fornece, ainda que parcialmente, nutrientes às plantas de maneira gradual e contínua. .

      Por outro lado a adubação orgânica apresenta algumas limitações:

a)      A incorporação dos fertilizantes orgânicos ao solo deve ser realizada pelo menos 30 a 40 dias antes do plantio, tempo necessário para o processo de cura ou decomposição  sem o que poderá   haver “queima” das sementes ou mudas de hortaliças.

b) Alguns fertilizantes orgânicos mal decompostos  podem introduzir sementes de mato no local.

     c)   Estercos animais , principalmente de aves poedeiras,  podem carregar resíduos  de sal e outros produtos presentes nas rações , acarretando problemas como salinização do solo.

          Dentre os fertilizantes orgânicos indicados para utilização em culturas sob cultivo protegido, destacam-se o húmus de minhoca, o composto orgânico e a torta de mamona pré-fermentada.

As quantidades dos fertilizantes orgânicos a serem aplicadas dependem também de sua disponibilidade local e do custo do transporte e aplicação. A tabela 6 mostra as recomendações de adubação orgânica para diferentes grupos de hortaliças, válido tanto para o cultivo protegido, como no campo, a céu aberto.

 

Tabela 6. Recomendações de adubação orgânica para hortaliças no campo (a céu aberto) e sob cultivo protegido.

Grupo de hortaliças

Esterco bovino   bem curtido ou  Composto

Esterco de galinha/frango suínos/ovinos e húmus de minhoca

Torta de mamona

(pré-fermentada)

kg/m2 de canteiro

Folhosas

(alface, rúcula, etc.)

 

2 - 4

 

0,5 - 1

 

0,1 - 0,2

Frutos

(tomate, pimentão, etc.)

2 - 4

0,5 - 1

0,1 - 0,2

Bulbos e Raízes

(cebola, cenoura, etc.)

1 - 2

0,25 - 0,50

0,02 - 0,05


Obs: Maiores doses de fertilizantes orgânicos para solos de fertilidade baixa. Aplicar cerca de  30 dias antes do plantio. Incorporar a 20 a 30 cm de profundidade em área total do canteiro.

A figura 2 mostra o húmus de minhoca em embalagem fechada. Tal adubo orgânico é um dos mais importantes insumos que proporciona boas produtividades de hortaliças, mantendo o equilíbrio microbiano do solo

Figura 2. Húmus de minhoca próprio para adubação orgânica em pré-plantio.
Foto: Reginaldo Bassetto (Santa Cruz do Rio Pardo-SP).

6. Características dos fertilizantes minerais  utilizados para adubação de hortaliças sob cultivo protegido.

            Os fertilizantes aplicados em pré-plantio para hortaliças sob cultivo protegido devem preferencialmente ser aplicados de 10 a 15 dias antes do plantio e incorporados em área total dos canteiros ou nos sulcos de plantio. Devido ao menor custo e boa eficiência agronômica recomenda-se para o pré-plantio a utilização dos fertilizantes de solubilidade parcial em água e em ácidos fracos, como o superfosfato simples , superfosfato triplo, o termofosfato, farinha de ossos, no caso dos fosfatados e o cloreto e potássio e sulfato de potássio no caso dos potássicos. Ainda em pré-plantio, onde são aplicadas moderadas quantidades de nitrogênio é também possível a utilização de fertilizantes como a uréia, sulfato de amônio e nitrato de amônio, entre outros de menor custo em relação aos nitrogenados altamente solúveis. Tais fertilizantes, porém, não devem ser aplicados de maneira indistinta e por períodos contínuos, pois poderão causar problemas de salinização e acidificação do solo.

            Com relação aos adubos de cobertura, aplicados em pós-plantio até a colheita das hortaliças, recomenda-se a utilização de fertilizantes de alta solubilidade em água já que estes são aplicados via irrigação, em geral por gotejamento e, portanto, devem ter alto poder de dissolução na água evitando-se assim o entupimento dos equipamentos. Entre as principais fontes destacam-se o monoamônio fosfato (MAP purificado),  nitrato de cálcio,  nitrato de potássio e o fosfato monopotássico (MKP) como  eficientes fontes de nutrientes  via fertirrigação para as hortaliças sob cultivo protegido.

As tabelas 7 e 8 mostram as composições e características químicas de fertilizantes comerciais utilizados para adubação de hortaliças em geral.

 

Tabela 7. Composição, teores de nutrientes e solubilidade de fertilizantes comerciais.

Fertilizante

Fórmula Teor do elemento (%) Solubilidade (g/l)
20°C 25°C
Nitrogenados

Nitrato de Amônio

NH4NO3 33 1950 -

Nitrato de Cálcio

Ca(NO3)2  15(N)20(Ca) 1220 3410

Nitrato de Sódio

NaNO3 16 730 920

Sulfato de Amônio

 (NH4)SO4

20(N)24(S)

710 -

Uréia

CO(NH2)2

45

1030

1190

Uran

 NH4NO3+CO(NH2)2 32 Alta Alta
Fosfatados

Superfosfato Simples

Ca(H2PO4)2.2H20+CaSO4 18(P2O5) 20(Ca)12(S) 20  

Superfosfato Triplo

Ca(H2PO4)2.2H20

43(P2O5) 12(Ca)1(S)

40

-

Ácido Fosfórico

H3PO4      55(P2O5) 460 5480

Potássicos

Cloreto de Potássio
KCl 60 347  -

Sulfato de Potássio

K2SO4 50(K2O) 18(S) 110 -

Sulfato duplo de Potássio e Magnésio

K2SO4.2MgSO4    22(K2O)10(Mg) 22(S)  250 -

Nitrogenados-Fosfatados

Fosfato Monoamônico

(MAP)

 NH4H2PO4 10(N) 52(P2O5) 230 -

MAP purificado

NH4H2PO4

11(N) 60(P2O5)

370

-

Fosfato Diamônico

(DAP)

(NH4)2HPO4

17(N) 44(P2O5)

430

 -

Fosfato de Uréia

CO(NH2)2H3PO4

18(N) 44(P2O5)

625

Alta

Nitrogenados-Potássicos

Nitrato de Potássio

KNO3

13(N) 44(K2O)

320

-

Salitre Potássico

NaNO3 KNO3

15(N) 14(K2O)

623

-

Fosfo-Potássicos

 Fosfato Monopotássico
(MKP

KH2PO4

51(P2O5) 33(K2O)

230

330

Fosfato Bipotássico

K2HPO4

 40(P2O5) 53(K2O)

1670

-

Cálcicos

Cloreto de Cálcio pentahidratado

CaCl2.5H2O

20

670

 -

Cloreto de Cálcio bihidratado

 CaCl2.2H2O

27

980

-

Sulfato de Cálcio (gesso)

CaSO4.2H2O

     18(Ca) 16(S)

2,4

-

Magnesianos

Nitrato de magnésio

Mg(NO3)2.6H2O

 9(Mg) 11(N)

720

 -

Sulfato de magnésio heptahidratado

Mg(SO4)2.7H2O

   9,5(Mg)12(S)

710

-

Micronutrientes

Borax

 Na2B4O7.10H2O  11 B  21(1) -

Solubor

 Na2B8O13.4H2O 20 B 220(1) -

Ácido Bórico

H3BO3   17 B 63(2) -

Molibdato de sódio

Na2MoO4.2H2O 39Mo 580  -

Molibdato de amônio

(NH4)6Mo7O24.4H2O 54(Mo) 7(N) 430(1) -

Sulfato de cobre

CuSO4.5H2O 25(Cu) 12(S)    240 -

Sulfato ferroso

FeSO4.7H2O  19(Fe) 10(S) 330 -

Sulfato de ferro

 Fe(SO4)3.4H2O  23(Fe)18(S) 240 -
Cloreto férrico FeCl3.6H2O 20(Fe)30(Cl) 92 -

Sulfato de manganês

MnSO4.4H2O   25(Mn)14(S)  1.050(1) -

Sulfato de zinco heptaidratado

 ZnSO4.7H2O 21(Zn)11(S)  960 -

 (1)Solubilidade a 0ºC

 (2) Solubilidade a 30ºC

 

Tabela 8. Índice salino, condutividade elétrica, índice de acidez e alcalinidade e pH  de fertilizantes comerciais.

Fertilizantes

Índice salino

Condutividade elétrica

 Índice de acidez  e alcalinidade(3)

 pH em  água (1:10)

Nitrato de Amônio

105 1,5 + 62 5,6

Uréia

75 - +71 7,3

Sulfato de Amônio

69 2,1 +110 4,2

Nitrato de Cálcio

52 1,2 -20 6,5

Nitrato de Sódio

100 -  - 29 9,6

Uran

- 1,1 + 57 -

Fosfato Monoamônico

(MAP)

30 0,8 + 58 4,5

Fosfato Diamônico

(DAP)

34 - + 75 7,5

Fosfato de Uréia

- 1,2  - 2,7

Ácido Fosfórico

(54% P2O5)

- 1,7 + 110 2,6

Cloreto de Potássio

116 1,7 0 5,8

Sulfato de Potássio

46 1,4 0 5,7

Nitrato de Potássio

- 74 1,3 6,5

Sulfato de Potássio e Magnésio

43 - 0 5,3

Salitre Potássico

92 - - 29  -

Fosfato Monopotássico

(MKP)

8 0,7 0 4,5

(1) Índice relativo ao nitrato de sódio (valor 100).

(2) Determinada na concentração de 1 g de fertilizante por litro de água.

(3) Sinal + (acidez): kg de CaCO3  necessário para neutralizar 100 kg de fertilizante

Sinal - (alcalinidade): kg de CaCO3 “adicionados” pela aplicação de 100 kg de fertilizante

 

7. Qualidade da água para irrigação e  fertirrigação de hortaliças

            É fundamental ter o conhecimento da qualidade da água que será utilizada tanto para irrigação como para fertirrigação das hortaliças cultivadas sob estufa agrícola ou a campo (a céu aberto). A tabela 9 apresenta as faixas de níveis críticos ou valores máximos de diversos parâmetros, acima dos quais poderão ocorrer problemas.

 

Tabela 9. Faixas de valores máximos ou níveis críticos de diferentes parâmetros na água de irrigação e fertirrigação para hortaliças.

Parâmetros *

Valores máximos

 

Parâmetros *

Valores máximos

pH

7,0 – 7,5

 

Si

5 – 10

C.E.. (dS / m)

0,5 – 1,2

 

Pb

0,1

RAS

3 – 6

 

Co

0,05 – 0,10

Bicarbonatos

60 – 120

 

Ni

0,2 – 0,5

Sólidos solúveis         totais (TDS)

480 – 832

 

Al

5

Na

50 – 70

 

F

0,2 – 1,0

Ca

80 – 110

 

Mo

0,01 – 0,1

Mg

50 – 110

 

Se

0,01 – 0,02

N total

5 – 20

 

V

0,1

N03-

5 – 10

 

Li

0,07 – 2,50

NH4+

0,5 – 5

 

Cr

0,05 – 0,10

N02-

1,0

 

Be

0,1 – 0,5

S04-

100 – 250

 

As

0,05 – 0,10

H2S

0,2 – 2,0

 

Ba

1,0

K

5 – 100

 

Hg

0,002

P

30

 

Cd

0,01

Cl

70 – 100

 

CN -

0,2

Fe

0,2 – 1,5

 

Sn

2,0

Mn

0,2 – 2,0

 

Fenóis

0,001

Cu

0,2 – 1,0

 

Col. fecal **

1.000

Zn

1,0 – 5,0

 

Col. total **

5.000

B

0,5 – 1,0

 

 

 

* valores em mg/L com exceção do pH, C.E. e RAS ( Relação de Adsorção de Sódio)

** coliformes em nmp (número mais provável) em 100 ml de água

 

8. Recomendações de adubação para hortaliças sob cultivo protegido conforme análise do solo.

          A seguir são descritas as recomendações de adubação de hortaliças conforme os teores de nutrientes no solo, com base inclusive na extração e exportação de nutrientes pelas hortaliças.

          A adubação no solo em pré-plantio deve ser realizada em toda área do canteiro ou no sulco de plantio. Recomenda-se a aplicação do calcário e fertilizantes desde a superfície até 20 a 30 cm de profundidade para proporcionar melhor crescimento e distribuição do sistema radicular das plantas.

          O parcelamento dos fertilizantes a serem aplicados em cobertura deve levar em conta, a marcha de absorção de nutrientes da cultura. Para as hortaliças de maneira geral considera-se que 10% dos nutrientes são aplicados no primeiro quarto do ciclo da cultura (início de crescimento); 20% dos nutrientes são aplicados na segunda fase de desenvolvimento; 40% dos nutrientes são aplicados na terceira fase do ciclo (período de maior formação de massa fresca de folhas e frutos) e 30% na quarta fase do ciclo da cultura. Dependendo da espécie e do grupo de hortaliças (folhas, raízes e frutos), nutrientes como o potássio tem a sua aplicação concentrada na etapa da máxima produção de frutos.

          As tabelas 10; 11; 12 e 13 mostram as quantidades de nutrientes necessários para diversas hortaliças que podem ser  produzidas sob cultivo protegido.

Tabela 10. Recomendações de adubação para plantio de alface, almeirão, chicória, rúcula, couve de folha1, salsa1 e cebolinha1, sob cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.

Nitrogênio

P (resina), mg/dm3

K+ trocável, mmolc/dm3

0-25

26-60

>60

0-1,5

1,6-3,0

>3,0

N, kg/ha

P2O5, kg/ha

K2O, kg/ha

40

400

300

200

120

80

40

1 Aplicar para salsa , cebolinha e couve de folhas,  2/3 dos nutrientes acima indicados.

            Misturar os fertilizantes  ao solo, pelo menos 10 dias antes da semeadura ou transplante das mudas. Acrescentar à adubação mineral de plantio 1 kg de B/ha e 3 kg de Zn/ha para todas as hortaliças acima citadas. Novas aplicações de micronutrientes somente serão efetuadas após análise química do solo.

Adubação mineral de cobertura:

Alface – 60 a 120 kg/ha de N; 20 a 40 kg/ha de P2O5 e 30 a 60 kg/ha de K2O, parcelando as aplicações em doses diárias ou em dias alternados, através da fertirrigação.

Almeirão e Chicória – 60 a 120 kg/ha de N, parcelando as doses através da fertirrigação

Couve de folha - 60 a 120 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K2O, parcelando as doses através da fertirrigação. A cada 30 dias pulverizar as plantas com 0,5 g de molibdato de amônio e 1 g de ácido bórico por litro de água.

Cebolinha: 60 a 90 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K20, parcelando através da fertirrigação.

Rúcula: 90 a 150 kg/ha de N, parcelando as doses através da fertirrigação.

Salsa: 30 a 90 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K2O, parcelando as doses na fertirrigação.

          As quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerão da análise do solo, análise foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada.

Tabela 11. Recomendações de adubação para plantio de pepino e abobrinha* sob cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.

Nitrogênio

P (resina), mg/dm3

K+ trocável, mmolc/dm3

0-25

26-60

>60

0-1,5

1,6-3,0

>3,0

N, kg/ha

P2O5, kg/ha

K2O, kg/ha

40

320

240

160

160

120

80

B, mg/dm3

Cu, mg/dm3

Zn, mg/dm3

0-0,30

>0,30

0-0,2

0,3-1,0

>1,0

0-0,5

>0,5

B, kg/ha

Cu, kg/ha

Zn, kg/ha

1

0

4

2

0

3

0

*Aplicar para a abobrinha 2/3 dos macronutrientes recomendados para o pepino.

Adubação mineral de cobertura: Aplicar 60 a 120 kg/ha de N; 40 a 80 kg/ha de P2O5 e 60 a 120 kg/ha de K2O, parcelando através da fertirrigação. As quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerão da análise do solo, análise foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada.

Tabela 12. Recomendações de adubação para plantio de pimentão, pimenta-hortícola, berinjela e jiló*, sob cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.

Nitrogênio

P (resina), mg/dm3

K+ trocável, mmolc/dm3

Zn, mg/dm3

0-25

26-60

>60

0-1,5

1,6-3,0

>3,0

0-0,5

>0,5

N, kg/ha

P2O5, kg/ha

K2O, kg/ha

Zn, kg/ha

40

520

240

120

150

90

60

3

0

*Aplicar para o jiló 2/3 das doses dos macronutrientes recomendados para o pimentão
  Acrescentar à adubação de plantio 1  kg/ha de B e de 20 a 30 kg/ha de S.

Adubação mineral de cobertura: Aplicar de 80 a 160 kg/ha de N; 60 a 100 kg/ha de P2O5 e 80 a 160 kg/ha de K2O, parcelando através da fertirrigação. As quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerão da análise de solo, análise foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada.

Tabela 13. Recomendação de adubação para plantio de tomate sob cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.

Nitrogênio

P (resina), mg/dm3

K+ trocável, mmolc/dm3

0-25

26-60

>60

0-1,5

1,6-3,0

>3,0

N, kg/ha

P2O5, kg/ha

K2O, kg/ha

60

800

500

300

240

160

90

B, mg/dm3

 

Zn, mg/dm3

0-0,30

0,31-0,60

> 0,60

 

0-0,5

0,6-1,2

> 1,2

B, kg/ha

 

Zn, kg/ha

2,5

1

0

 

5

3

0

Acrescentar à adubação de plantio 20 a 40 kg/ha de S.

         

          Adubação mineral de cobertura: Aplicar de 200 a 300 kg/ha de N; 60 a 120 kg/ha de P2O5 e 120 a 240 kg/ha de K2O, parcelando as doses através da fertirrigação. As quantidades menores ou maiores de nutrientes a serem aplicados dependerão da análise de solo, análise foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada.

9. Sistemas de fertirrigação em cultivo protegido.

            Pode-se citar três sistemas de fertirrigação utilizados para hortaliças cultivadas sob estufa agrícola. O primeiro é aquele que utiliza mangueiras em forma de fitas ou tripas, na superfície ou sub-superfície do solo. Essas mangueiras contém micro-orifícios, às vezes na forma de poros. As mangueiras de irrigação podem ou não ser cobertas com plásticos colocados ao longo das linhas plantadas com hortaliças (figuras 3 e 4).

.

Figura 3: Gotejadores do tipo “fita” ou “espaguete” sobre a superfície do solo plantado com pimentão.
Foto: Edson Akira Kariya (Itapetininga-SP).

 

Figura 4. Mudas de tomate plantadas sobre mulching de plástico com gotejadores na sub-superfície do solo.
Foto: Edson Akira Kariya (Itapetininga-SP).

 

Outro sistema de fertirrigação é através de tubo - gotejadores que são dispostos ao longo das linhas de irrigação e gotejam água com fertilizantes dissolvidos sobre vasos de plástico com substratos diversos (figuras 4 e 5).

 

Figuras 5 e 6: Irrigação e fertirrigação em tomate através de tubos gotejadores.
Fotos: Mário L. Cavallaro Jr. (Elias Fausto-SP).

 

          Em alguns tipos de estufas, como as do tipo túnel alto (nas  formas de arco e capelas) e quando são plantadas hortaliças folhosas, é também utilizado o sistema de aspersão com barras contendo os aspersores na altura de 50 a 60 cm. Deve-se aplicar água limpa  sobre as hortaliças após  a aplicação dos fertilizantes via água de irrigação  (figura 7).

 

Figura 7: Sistema de miniaspersão utilizado no cultivo de hortaliças folhosas, tais como o espinafre da Nova Zelândia, sob estufa do tipo capela.
Foto: Paulo E. Trani, Campinas-SP.

 

          No caso da produção de mudas de hortaliças a fertirrigação pode ser realizada no sistema de micro-aspersão e nebulização, onde é importante irrigar-se com água limpa após a aplicação dos fertilizantes altamente solúveis para que não ocorra “queima” das folhas  por possíveis resíduos (figura 8).

 

Figura 8: Fertirrigação por nebulização em mudas de alface. Deve ser aplicada água limpa após a utilização dos fertilizantes.
Foto: Oliveiro Bassetto Jr. (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

 

         Ainda um quinto sistema, menos utilizado é o de aplicação dos fertilizantes na água de inundação onde as mudas de hortaliças  dentro de copinhos perfurados, são colocadas sobre “piscinas”, onde ocorre a absorção de água e nutrientes pelas plantas (figura 9).

 

Figura 9: Mudas de pepino (enxertado) em copinhos de plástico, fertirrigadas no sistema de inundação (“piscinas”).
Foto: Oliveiro Bassetto Jr. (Santa Cruz do Rio Pardo-SP).

 

10. Cálculo de fertirrigação com a mistura de fertilizantes simples.

          A seguir será apresentado o cálculo de fertirrigação, considerando-se a necessidade do nutriente por área plantada (kg/ha) independentemente do volume de água aplicado.

          Exemplo: Considerando a recomendação para o pimentão, sob cultivo protegido, no período de 40 a 50 dias após plantio, as seguintes quantidades de nutrientes: 1,70 kg/ha/dia de N; 0,58 kg/ha/dia de P2O5 e 3,00 kg/ha/dia de K2O.

          Dispomos dos seguintes fertilizantes:

   MKP: fosfato monopotássico (52% de P2O5 e 34% de K2O)

   KNO3: nitrato de potássio (13% de N e 46% de K2O)

   NH4NO3: nitrato de amônio (33% N)

a) Adubação fosfatada (fonte : MKP)

          São necessários 0,58 kg/ha de P2O5 /dia

     100 kg de MKP    –   52 kg P2O5

        x                –    0,58 kg P2O5

x = 100 x 0,58 =  1,11 kg/ha de MKP / dia
            52                  

b) Adubação potássica ( fontes: MKP e KNO3)

    100 kg MKP       –  34  kg  K2O

    1,11 kg MKP   –    x  kg  K2O

x = 1,11 x 34 = 0,38 kg/ha de K2O / dia
          100

          São necessários 3,00 kg/ha de K2O /dia

   K2O contido no MKP = 0,38 kg

quantidade de K2O que falta = 3,00 - 0,38 = 2,62 kg/ha  de K2O / dia

100 kg KNO3    –    46 kg K2O

y           –    2,62 kg K2O

y = 100 x 2,62 = 5,69 kg/ha de KNO3 / dia
           46

c) Adubação nitrogenada (fontes: KNO3 e NH4NO3)

          São necessários 1,70 kg/ha de N/dia

N do KNO3:

100 kg KNO3        –    13 kg N

   5,69 kg KNO3    –     x

x = 0,74 kg de N

          Quantidade de N que falta = 1,70 kg - 0,74 = 0,96 kg/ha  de N / dia

100 kg NH4NO3     –    33 kg N

z                –    0,96 kg N

z = 100 x 0,96 = 2,91 kg/ha de NH4NO3 / dia
            33

          Conclusão: São necessários para atender as recomendações de 1,70 kg/ha de N; 0,58 kg/ha de P2O5 e 3,00 kg/ha de K2O por dia, os seguintes fertilizantes: 1,11 kg/ha de MKP; 5,69 kg/ha de KNO3 e 2,91 kg/ha de NH4NO3 por dia.

          Observação: No caso de se utilizar Ca(NO3)2 (nitrato de cálcio), aplicá-lo separadamente do MKP ou MAP, para evitar a formação de fosfatos de cálcio insolúveis, que em quantidades elevadas podem causar problemas de entupimentos dos “bicos” de saída dos gotejadores. Uma solução prática é aplicar os produtos separadamente de manhã e à tarde. Ex: MKP + KNO3 de manhã e Ca(NO3)2 à tarde.

Outra opção é a utilização de ácido fosfórico (H3PO4) (55 a 70% P2O5) com fonte de fósforo, por ser um produto de baixo custo unitário quanto ao kg de P2O5. Deve-se tomar cuidado na manipulação do ácido fosfórico devido ao perigo potencial à saúde humana e à corrosão de alguns equipamentos metálicos.

Agradecimentos

O autor agradece ao Sr. André Luis Trani do Instituto de Química de São Carlos (USP) pela  digitação e revisão geral  do  texto, ao Dr. Pedro L. G. Abramides (IAC), pela editoração e composição final do trabalho e ao Dr. Sebastião Wilson Tivelli (IAC - Centro de Horticultura) pelo convite e incentivo à elaboração do trabalho.

Referências bibliográficas

OLIVEIRA, C.R.; BARRETO, E.A; FIGUEIREDO,G.J.B.; NEVES, J.P.S.; ANDRADE, L.A.;MAKIMOTO, P.; DIAS, W.T. Cultivo em Ambiente Protegido. Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1997. 31 p. (Boletim Técnico, 232).

RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo, 2.ed. rev. ampl. Campinas, Instituto Agronômico & Fundação IAC, 1997. 285 p. (Boletim Técnico, 100).

RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ V.,V.H.(eds.)Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais – 5a aproximação.Viçosa - Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359 p.

TRANI, P.E. & CARRIJO, O. A.  Fertirrigação em Hortaliças. Campinas, Instituto Agronômico, 2004. 58 p.


Paulo Espíndola Trani possui mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado em Agronomia pela Universidade de São Paulo (1995). Atualmente é Pesquisador Científico VI do Instituto Agronômico de Campinas - IAC. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atua principalmente nos seguintes temas: Daucus carota, Lactuca sativa, calagem, rotação de cultura, efeito residual de calcário e alface e cenoura.
(Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)
Contato:
petrani@iac.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado os autores e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

TRANI, P.E. Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido. 2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2007_1/cp/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 05/02/2007

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