PRODUÇÃO DE ALEVINOS DE BIJUPIRÁ: INSTITUTO DE PESCA TEM ESTUDO PIONEIRO por Antônio Carlos Simões Em 2006 foi celebrado convênio entre a TWB S/A Construção Naval, Serviços e Transportes Marítimos e o Instituto de Pesca para desenvolver experimentos de larvicultura de bijupirá, Rachycentron canadus, junto ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Sul do Instituto, localizado em Cananéia (SP). O Instituto de Pesca é um órgão da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Segundo a pesquisadora Idili da Rocha Oliveira, idili@pesca.sp.gov.br, a aqüicultura marinha ainda é incipiente no Brasil e o cultivo do bijupirá contribuirá para estabelecer uma nova fronteira nessa área. O bijupirá, peixe que ocorre em toda a costa brasileira e que atinge até dois metros de comprimento, é uma espécie de significativo potencial econômico devido principalmente a seu rápido crescimento, boa conversão alimentar, adaptação à alimentação artificial e rusticidade, diz Pedro Carlos da Silva Serralheiro, carlos@pesca.sp.gov.br, o outro pesquisador do Instituto que atua no estudo. Ele explica que a TWB adquiriu um pacote tecnológico da Universidade de Miami para a produção do bijupirá. Após alguns meses de preparação e treinamento, os trabalhos foram iniciados em outubro de 2006, com larvas obtidas de matrizes domesticadas, da “Bahia Pesca”, conta Idili. O Instituto de Pesca forneceu todo apoio logístico e técnico, disponibilizando as instalações do Laboratório de Piscicultura Marinha do Núcleo de Pesquisa de Cananéia. A implementação dos protocolos técnicos ficou a cargo dos pesquisadores Refik Ohrum e Daniel Benetti, da Universidade de Miami, e da equipe de biólogos e engenheiros de pesca da TWB. O convênio permitiu o treinamento e a capacitação técnica em larvicultura e alevinagem do bijupirá, resultando na produção de juvenis, acrescenta Pedro Serralheiro. Na larvicultura, desenvolveram-se cultivos intensivos de algas, rotíferos e artêmia enriquecidos, para alimentação das larvas até completarem a chamada fase de “desmame”, quando os indivíduos, já alevinos, tiveram de se adaptar ao alimento inerte (industrial). Êxito Inicialmente, na fase de estruturação do laboratório, tentou-se a utilização de fluxo contínuo de água captada na Natureza, porém a oscilação da salinidade exigiu a implantação de um sistema de recirculação, de modo a garantir a estabilidade desse parâmetro fundamental e o progresso da experiência. Para Idili, tudo se resumiu a um processo de aquisição de novos conhecimentos, úteis para o amadurecimento da atividade. A união do Instituto de Pesca com a TWB obteve êxito e seus resultados podem ser considerados um marco na aqüicultura marinha brasileira, dado não apenas o pioneirismo na produção de alevinos de bijupirá, com o significativo índice de sobrevivência obtido, mas também em relação à constituição da própria parceria, conclui Idili Oliveira.
*Texto originalmente publicado no site do Instituto de Pesca www.pesca.sp.gov.br
Antônio
Carlos Simões,
Jornalista, 57, atua na área de divulgação científica. Foi
diretor-técnico do Museu de Pesca de Santos (SP), de 1979 a 1997.
Desde 1997, é diretor-técnico do Centro de Comunicação e
Transferência do Conhecimento, do Instituto de Pesca, São Paulo
(SP).
Dados para citação bibliográfica(ABNT): SIMÕES, A. C. Produção de alevinos de bijupirá: Instituto de Pesca tem estudo pioneiro. 2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2007_1/alevinos/Index.htm>. Acesso em: Publicado no Infobibos em 21/03/2007 |