ESPINHEIRA-SANTA

Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.

André May

Andrea Rocha Almeida de Moraes

 

 

            Planta perene, arbustiva, originária da América do Sul (Brasil), da família Celastraceae, de caule bem ramificado, apresentando estrias longitudinais que a diferenciam de outras espécies do mesmo gênero e que pode atingir de 2 a 3 metros de altura (PANIZZA, 1997).

Conhecida popularmente por salva-vidas, coromilho-do-campo, espinho-de-Deus, maiteno, espinheira-divina, sombra-de-touro e erva-cancerosa (MARTINS, et al. 1994). Apresentam folhas inteiras, lanceoladas, alternas, coriáceas, com espinhos nas bordas; suas flores são hermafroditas, de coloração amarelo-esverdeada, reunidas em inflorescências axilares; planta produz frutos pequenos e vermelhos (SARTÓRIO, et al. 2000).

Produz em sua parte aérea, ácidos tânicos e salicílico, terpenos (maitensina, maitomprina, maitambutina e maitolidina), flavonóides, mucilagens, açúcares livres, sais de ferro, enxofre, sódio e cálcio (SARTÓRIO et al., 2000).

O uso medicinal mais comum da espinheira-santa é para o tratamento de gastrites e úlceras gástricas e duodenais, laxante leve, afecções renais e hepáticas (SARTÓRIO et al., 2000).

 

Cultivar: a própria espécie botânica

Propagação: podem-se utilizar sementes, estacas de raízes, além da cultura de tecidos, mas as sementes apresentam taxa de germinação muito baixa e perde a viabilidade rapidamente (SARTÓRIO, et al. 2000).

Época de plantio: a semeadura pode ser realizada no início de outubro e o transplante no final de fevereiro (estação das chuvas).

Espaçamento: 1,0 m x 2,5 a 3,0 m (SARTÓRIO et al., 2000).

Sementes necessárias: 3.500 a 4.000 mudas ha-1.

Controle da erosão: plantio em nível; práticas conservacionistas adequadas ao tipo de solo e declividade.

Calagem e adubação: Prefere solos argilosos, porém bem drenados e com alto teor de matéria orgânica. Adubação na sementeira: como substrato usar terra e, no plantio, 5,0 kg de composto orgânico ou esterco de curral curtido por cova, ou 2,5 kg de esterco de aves + 300 a 500g de fosfato natural. Até o oitavo ano, no início da primavera, aplicar em cobertura 3kg de composto orgânico ou esterco de curral curtido, ou 1,5 kg de aves + 75 g de superfosfato simples + 50 g de cloreto de potássio por árvore. A partir do oitavo ano, fazer adubação orgânica com 5 kg de esterco de curral curtido ou composto orgânico, ou 2,5 kg de esterco de aves por árvore. É recomendada a aplicação de 20g de sulfato de amônia por planta por ano.

Outros tratos culturais: irrigações freqüentes na sua fase inicial, principalmente até os 2 primeiros anos; eliminação de ervas invasoras.

Controle de pragas e doenças: observa-se ocorrência de cochonilhas, ácaros e pulgões, os quais quando atacam em grande intensidade causam o encarquilhamento das folhas. O ataque de formigas cortadeiras pode prejudicar seriamente a cultura se ocorrer na fase de instalação da lavoura, logo após o transplante, quando as folhas são ainda tenras e pouco coriácea. No cultivo de Espinheira Santa observa-se casos isolados de ferrugem das folhas, sem contudo, causar dano severo nas plantas com tal sintoma.

Colheita: A primeira colheita é feita após o segundo ano, e repetida somente 1 vez por ano. Essa colheita deve ser feita antes da floração, cortando-se 2/3 da árvore (SARTÓRIO, et al. 2000; MARTINS, et al. 1994). No Brasil, o período ideal para a colheita é no início da primavera. A primeira colheita pode ser realizada com a poda na altura de 50 cm e as demais, nos anos seguintes, logo acima das ramificações promovidas pela poda anterior.

Produtividade normal: 0,67 t de folhas secas ha-1 por ano.

Rotação: leguminosas.

Observações: Espinheira Santa pode ser podada anualmente e as podas subseqüentes devem respeitar a altura das ramificações da planta.

 

Referências bibliográficas

 

MARTINS, E.R.; CASTRO, D.M.; CASTELLANI, D.C.; DIAS, J.E. Plantas Medicinais. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 220p, 1994.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. IBRASA, Instituição Brasileira de Difusão Cultural LTDA, São Paulo, SP, 25ª ed, 280p, 1997.

SARTÓRIO, M.L.; TRINDADE, C.; RESENDE, P.; MACHADO, J.R. Cultivo orgânico de plantas medicinais. Ed.Aprenda Fácil, 258p, 2000.
 


Aquisição de Matrizes de Espinheira-santa

Matrizes da espécie podem ser adquiridas sob encomenda no
 Centro de Horticultura do Instituto Agronômico.
telefone: 19 – 32415213, ramal 354
ou pelo e-mail: amay@iac.sp.gov.br.


André May possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1997), mestrado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001) e doutorado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2006). Atualmente é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atuando principalmente nos seguintes temas: Allium cepa, cebola, população, nutrição.
(Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)
Contato:
amay@iac.sp.gov.br


Andrea Rocha Almeida de Moraes possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998) e mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical pelo Instituto Agronômico de Campinas (2004). Atualmente é Engenheira Agrônoma e estagiária do Centro de Horticultura do Instituto Agronômico de Campinas. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atuando principalmente nos seguintes temas: resistência de plantas a insetos, Cultivares de amendoim, Enneothrips flavens.
Contato:
andreamoraes@gmail.com


 

Reprodução autorizada desde que citado os autores e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

MAY, A.; MORAES, A.R.A. de. Espinheira-santa: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. 2006. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/espinheira/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 18/12/2006

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