REDE METEOROLÓGICA DE SUPERFÍCIE
DO ESTADO DE SÃO PAULO
por Orivaldo Brunini
INTRODUÇÃO
Tem crescido em todas as partes do globo a necessidade de obtenção e
transferência de dados meteorológicos em tempo real para dar suporte
às diversas atividades de pesquisa como: agricultura, recursos
hídricos, construção civil, pesquisa e desenvolvimento,
monitoramento ambiental. Por outro lado tem crescido
substancialmente também a preocupação com as adversidades
meteorológicas e os impactos negativos destas adversidades e dos
desastres naturais. Considerando-se que 70% ou mais destes extremos
e adversidades são diretamente relacionados aos aspectos
meteorológicos, para estabelecer as estratégias e medidas pró-ativas
eficientes e efetivas o monitoramento das variáveis meteorológicas
deve ser continuo, prático e ágil . De acordo com as normas e
critérios estabelecidos pela Organização Meteorológica Mundial, para
atender as demandas impostas por uma sociedade mais exigente e
sujeita às adversidades mais freqüentes um eficiente sistema ou rede de
coleta e transferência dos dados e produtos se faz necessário para
acompanhar e diagnosticar os elementos meteorológicos e os seus
impactos sobre a sociedade. Com o avanço das tecnologias de
desenvolvimento de sensores e sistema de aquisição de dados o
monitoramento das variáveis ambientais tem alcançado um elevado grau
de qualidade e confiança. Isto tem levado à criação e instalação de
redes de estações meteorológicas automáticas em diversos países,
para suprir e adequar as necessidades de geração de tecnologias e
conhecimentos científicos.
O aprimoramento da
infra-estrutura meteorológica
observacional, com alta qualidade e interligação com os vários
agentes científicos e operacionais do Estado de São Paulo, permitirá
aos usuários condições mais apropriada para geração de novos
conhecimentos e tecnologias que no final irão proporcionar melhores
condições de vida à população.
Este processo de modernização da infra-estrutura meteorológica, faz
parte de um contexto geral da modernização da meteorologia paulista,
ampliando a rede observacional de superfície, conforme diretrizes do
Sistema Integrado
de Hidrometeorologia do Estado de São Paulo -
SIHESP e do
Plano Estadual de Recursos Hídricos. Conta a participação das
Instituições Públicas Paulista em especial: UNESP, USP, DAEE, SABESP, CATI tendo a coordenação da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento por meio do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas
(CIIAGRO) do IAC/APTA e o apoio do Fundo Estadual de Recursos
Hídricos e da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola.
A automação de uma Estação Meteorológica e o
monitoramento contínuo dos parâmetros meteorológicos com
transferência imediata dos dados meteorológicos trará enormes
subsídios e suportes para as atividades de geração de tecnologia,
prestação de serviços, e às atividades do agronegócio, que
envolvem as Instituições Públicas e Privadas do Estado de São Paulo.
São plausíveis de se beneficiarem de um sistema de repasse de
informações agrometeorológicas, todas as atividades agropecuárias
do Estado de São Paulo e mesmo do Brasil com destaque para as
seguintes: a) zoneamento e análise de riscos climáticos, b)
orientação das atividades agropecuárias e planejamento agrícola, c)
regionalização agroclimática e potencialidade de produção das
diferentes culturas em função das necessidades hídricas e térmicas;
b) probabilidade de atendimento hídrico das culturas; c) calendário
agrícola e planejamento do plantio e colheita; d) monitoramento de
seca; e) estresses ambientais e seqüestro de CO2; f)
manejo de água de irrigação; g) riscos de geada; h) manejo
agrometeorológico de pragas e doenças. Ressalta-se ainda a
importância para a Defesa Civil, Turismo e Saúde.
USO DE REDE HIDROMETEOROLÓGICA E A AUTOMATIZAÇÃO
O uso direto da informação agrometeorológica na agricultura é muito
recente no Brasil e o Estado de São Paulo vem desenvolvendo
atividades neste sentido através do CIIAGRO, que busca transferir
ao setor agrícola informações sobre as condições de tempo,
disponibilidade de água no solo, probabilidade de ocorrência de
doenças, granizo, seca, e o efeito dessas anomalias sobre os
vegetais e como as tomadas de decisão podem ser melhor elaboradas
com base em orientações contidas nos boletins agrometeorológicos.
Estas ações têm uma estreita parceria com a UNESP; USP, INPE, INMET, DAEE/FEHIDRO, UNITAU; UNOESTE, CATI, UNICAMP,
empresas e cooperativas. O mapa abaixo apresenta o estado atual da rede hidrometeorológica
no Estado de São Paulo, composta tanto por estações automatizadas
como mecânicas para suporte às atividades agrícolas .
Rede
de Estações Meteorológicas (CIIAGRO-IAC-SAA) |
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Contudo, para atender a crescente demanda imposta pela sociedade
e os diversos setores produtivos, no que se refere ao monitoramento
das variáveis hidrometeorológicas, e os aspectos de adversidades
climáticas, a modernização e melhoria no sistema de coleta e
transferência de dados e informes e produtos devem ser prioritárias
e eficazes. Desta maneira, observando-se o estado atual da rede
automatizada da SAA, cujo mapa
abaixo descreve a densidade e distribuição espacial, verificou-se que
muitas delas necessitam de modernização, ou mesmo substituição de
sensores, como esta sendo levado a efeito com recursos do FEHIDRO
e/ou FAPESP.
Rede
de Estações Meteorológicas Automáticas (CIIAGRO-IAC-SAA) |
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A modernização incluirá as Estações Meteorológicas Automatizadas
envolvidas pelo Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas. A
densidade e distribuição da rede hidrometeorológica de superfície é
apresentada abaixo.
Distribuição da Rede Meteorológica Automática no Estado
de São Paulo |
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COMUNICAÇÃO
Uma vez finalizada a modernização e ampliação da rede, o próximo
passo será a coleta e transferência de dados em tempo real ou
quase real, permitindo um melhor atendimento a eventos
catastróficos como enchentes, vendavais, geadas, etc.
Reprodução autorizada
desde que citado o autor e a fonte
Orivaldo
Brunini é Pesquisador Científico do
Instituto Agronômico - IAC e Diretor do
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de
Ecofisiologia e Biofísica
Engenheiro Agrônomo: UNESP - Jabotical - 1971
Mestrado: CENA - USP - 1975
Doutorado: University of Guelph.
- Canadá -1979
Linhas de Pesquisas: Bioclimatologia;
Microclimatologia; Fenologia; Modelagem
Agroclimatológica; Micrometeorologia;
Agrometeorologia operacional;
Água-Solo-Planta-Atmosfera
Contato:
brunini@iac.sp.gov.br
Dados para citação
bibliográfica (ABNT):
BRUNINI, O..
Rede meteorológica de superfície para
o Estado de São Paulo.
2006. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/redemeteorologica/rede.htm>.
Acesso em:
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