Produção orgânica de hortaliças e medicinal sob cultivo protegido

(Organic production of vegetables and medicinal grown under protected cultivation)

 

Paulo Espíndola Trani

Mário José Pedro Júnior

Odair Alves Bovi

Luciano Grassi Tamiso

Ronaldo Severiano Berton

Pedro Luís Guardia Abramides

Luiz Felipe Villani Purquério

Sebastião Wilson Tivelli

 

INTRODUÇÃO
 

          A agricultura orgânica é definida a partir de diferentes conceitos, princípios e filosofias. Um grupo de estudos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA) em 1975, adotou para realização de relatório e recomendações, a seguinte definição: “A agricultura orgânica é um sistema de produção que evita, ou exclui amplamente o uso de fertilizantes, pesticidas, reguladores de crescimento e aditivos compostos sinteticamente, para a produção vegetal ou alimentação animal”. Carvalho (2000) considerou que agricultura orgânica compreende um conjunto variado de tecnologias e práticas agrícolas voltadas a enaltecer as condições particulares de cada ecossistema, na produção agropecuária. Penteado (2000) observa que na agricultura orgânica busca-se a qualidade de vida, evitando danos à saúde do homem, degradação do meio ambiente, perdas de resistência das plantas e os prejuízos à população de inimigos naturais.

         Vem se observando gradativo aumento na demanda por informações sobre produção orgânica de hortaliças no Estado de São Paulo. Segundo Saminêz (1999) a procura por alimentos orgânicos cresce a uma taxa de 10% ao ano no Brasil e de 20 a 30% nos países desenvolvidos.

         Existem diversos motivos que justificam a necessidade de se aumentar a intensidade de pesquisas em tecnologia da produção orgânica de hortaliças, citando-se principalmente os seguintes:

1º) utilização inadequada de agrotóxicos, destacando-se o número excessivo de pulverizações de produtos, os quais passam a onerar o custo total de produção;

2º) aumento gradativo de conscientização da população urbana, resultando em maior procura por alimentos orgânicos, especialmente hortaliças e frutas;

3º) aumento na década de 90 no preço de diversos agrotóxicos além de fertilizantes, associado à menores lucros obtidos por olericultores, forçando-os à busca por novas alternativas de produção;

4º) existência de novos cultivares de hortaliças de diferentes espécies, com melhor adaptação à diferentes climas e com melhor resistência à algumas pragas e doenças.

         Por outro lado, existem limitações para o avanço nas pesquisas científicas e assistência técnica na produção orgânica de hortaliças, destacando-se:

1º) falta de divulgação da legislação oficial sobre as normas técnicas para produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação para produtos orgânicos de origem animal e vegetal;

2º) deficiência de política governamental de ensino, pesquisa e extensão para o setor, com o agravante da existência de poucos especialistas, dispersos em diferentes instituições oficiais;

3º) existência de poucas publicações nacionais sobre agricultura ecológica e orgânica.

          Na década de 40, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foram desenvolvidas pesquisas com  diferentes tipos de fertilizantes orgânicos e o efeito de doses desses fertilizantes na produção de diversas hortaliças. Dentre os resultados alcançados destacaram-se os trabalhos com a cultura do tomate, verificando-se significativos aumentos de produção com a aplicação em pré-plantio de 50 a 100 g de torta de mamona fermentada e 100 a 150 g de farinha de ossos autoclavada, por cova de tomateiro. Esses produtos são até a atualidade utilizados por alguns tomaticultores da regiões de Mogi-Guaçu e Sumaré (SP).

          Este trabalho teve por objetivo avaliar quatro fertilizantes orgânicos na produção de alface, bem como verificar a viabilidade do cultivo no sistema orgânico da alface, couve de folhas, rabanete e camomila, conduzidos sob estufa agrícola.

 

MATERIAL E MÉTODOS
 

           A pesquisa foi conduzida com o cultivo de hortaliças, sob estufa agrícola, em 1999 na ESALQ (Piracicaba) e no IAC (Campinas) em 1999 e 2000. As estruturas utilizadas na experimentação foram cobertas com filme plástico de 150 micra e foram fechadas lateralmente com tela de sombreamento (2mm de abertura). Não ocorreu a utilização de fertilizantes minerais e agrotóxicos de aplicação no solo, por 12 meses antes das instalação dos experimentos. O solo foi mantido livre de plantas daninhas no período através de capinas manuais. As análises do solo, nas estufas agrícolas do IAC e da ESALQ mostraram, respectivamente os seguintes resultados: pH (em CaCl2): 6,0 e 6,2;  em g dm-3: Matéria orgânica: 28 e 26; em g dm-3: P: 31 e 38; S: 9 e 36; Na: 3 e 67; Fe: 97 e 102; Mn: 80 e 185; Cu: 6 e 11; Zn: 5 e 20; B: 0,3 e 0,3; em mmolc dm-3: K: 5,3 e 6,6; Ca: 26 e 73; Mg: 8 e14; H + Al: 25 e 18; CTC: 64 e 112; em % - V: 61 e 84.

          Considerando-se a análise de solo e a exigência nutricional das hortaliças, a serem cultivadas (alface, couve e rabanete), procedeu-se em novembro de 1998, a aplicação de 200 g m-2 de calcário dolomítico (PRNT = 80%) e 35 g m-2 de fósforo (P2O5) (correspondendo a 200g m-2 de termofosfato Yoorin Master), em Campinas, e apenas esta última quantidade de fósforo na estufa de Piracicaba. O calcário e o fertilizante foram incorporados com rotativa manual.

          Aos 20 dias antes do plantio, aplicaram-se a lanço, incorporando-se com enxada, as seguintes quantidades de fertilizantes orgânicos: esterco de curral curtido: 0; 10 e 20 t ha-1; esterco de frango curtido: 0; 2,5 e 5 t ha-1; “bokashi”: 0; 5 e 10 t ha-1 e lodo de esgoto tratado: 0; 10 e 20 t ha-1. Após isso, os canteiros (parcelas) foram cobertos com uma camada (1cm) de grama batatais triturada.

          As quantidades de fertilizantes orgânicos foram calculadas levando-se em consideração as doses mais comumente utilizadas por olericultores e as recomendações oficiais no Brasil e no Exterior para hortaliças (com exceção do lodo de esgoto). As análises químicas são mostradas na tabela 1.
 

Tabela 1. Análise química dos adubos orgânicos utilizados na adubação da alface sob estufa agrícola(1).

 

Bokashi

Lodo de esgoto tratado

Esterco de curral

Esterco de frango

Umidade (%)

7.29

38.21

52.33

26.13

pH

8.1

6.62

7.03

8.05

M.O. (%)

30.33

----

31.20

51.00

N (%)

1.06

1.21

1.21

2.20

P2O5 (%)

1.17

1.42

1.87

4.25

K2O (%)

3.58

0.62

1.47

3.50

Ca (%)

2.16

1.21

2.12

8.41

Mg (%)

1.23

0.32

0.62

1.18

S (%)

1.17

5.40

2.15

----

Na (ppm)

2200

14800

----

----

Fe (ppm)

12325

31200

12300

3100

Mn (ppm)

200

200

500

800

Cu (ppm)

37.5

100

300

300

Zn (ppm)

90

1000

400

700

C/N

17/1

9/1

14/1

13/1

(1) Análise realizada pelos laboratórios LAGRO e CATI (Campinas-SP).


          O bokashi, obtido junto ao produtor de hortaliças Mauro Fujimoto, da Colônia Tozan, de Campinas, tinha a seguinte composição: 500 kg de esterco de frango + 500 kg de terra de sub-solo + 80 kg de farelo de arroz + 1,5 kg de “Bym-Food” e 1,0 kg de Nitrex (micronutrientes silicatados). O Bym-Food é constituído de microorganismos de solo, não identificados pelo fabricante.

          O bokashi é um composto orgânico preparado a partir da mistura de materiais vegetais ou animais, incluindo a utilização de produtos contendo microorganismos de diferentes espécies (actinomicetos, fungos e bactérias úteis, etc.). O uso destes microorganismos visa acelerar o processo de compostagem e além disso reequilibrar a população microbiana do solo. Segundo Ishimura, 2001 (comunicação pessoal) o bokashi, é utilizado há cerca de 100 anos no Japão, com bons resultados quanto à melhoria na produtividade de hortaliças e frutíferas.

          O lodo de esgoto tratado, também denominado “biossólido” foi proveniente da SEMAE (Empresa Municipal) de Piracicaba, cuja análise química demonstrou que os metais contidos nesse resíduo (em mg kg-1: Cd: 3,6; Pb: 123; Cr: 238; Ni: 35; As < 1; Hg < 1; Se < 1; Zn: 1000; Mo < 1; Cu: 100) apresentavam-se em níveis inferiores aos classificados por Webber (1983) e Berton (1996), como limitantes ao uso agrícola. Ressalta-se que na atualidade a utilização do lodo de esgoto é proibida na olericultura em geral, sendo esse utilizado apenas em caráter experimental.

          Em 08 e 09/01/1999, foram transplantadas, em ambas as estufas agrícolas (Campinas e Piracicaba) mudas de alface, cultivares Vera (crespa) e Regina (lisa), no espaçamento de 0,25 x 0,25m.

          O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com 3 repetições na estufa de Piracicaba e 4 repetições na estufa de Campinas, avaliando-se o efeito dos adubos orgânicos pela análise de variância (teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade) e equações polinomiais ajustadas para as diferentes doses dos fertilizantes.

          Após a colheita dos experimentos, em março de 1999, devido à incidência de nematóides M. exigua e M. incognita, na estufa do IAC, deixou-se o local em pousio, com o mato capinado com enxada, até o final de 1999. Em 10/01/2000 foram transplantados 2 cv. de couve, (Hevi-Crop e HS-20) comparada com outra (Manteiga comum) no campo, ao lado da estufa. O espaçamento foi de 0,70 x 0,70m, realizando-se 12 colheitas de folhas, no período de 04/02 à 12/04/2000.

          No período de 11/02 a 13/03/2000 em local próximos às couves, dentro da estufa  em Campinas, foram comparados 3 cultivares de rabanete: Cabernet e Julliete considerados tolerantes ao calor e Comet (testemunha), no espaçamento de 0,20 x    0,05 m.

          O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com 4 repetições, avaliando-se o n.º de folhas, a massa de matéria fresca das folhas e aparência comercial, para couve de folhas. Quanto ao rabanete foram avaliadas a massa de matéria fresca das raízes comerciais, a porcentagem de raízes comerciais em relação ao total produzido e o ciclo de produção. Foram registradas diariamente as temperaturas do ar (50 cm acima do nível do solo) e do solo (5 cm abaixo da superfície) no interior e no exterior da estufa agrícola.

          Após colheita, devido à incidência de nematóides no rabanete Comet, danificando cerca de 20% das raízes, procedeu-se o plantio de 2 culturas consideradas resistentes à essas espécies (M. incognita e M. exigua). Foram cultivadas a camomila (cv. Alemã), o alpiste (procedente do Canadá) e o rabanete de inverno (cv. Redondo Vermelho Precoce, sensível a nematóide), no período de 31/03 à 12/07/2000. As sementes de camomila e alpiste foram jogadas a lanço e o rabanete semeado no espaçamento de 0,20 x 0,05m. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 3 repetições (parcelas de 3 m2), comparando-se os resultados pela análise de variância (teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade). O alpiste não produziu sementes e o rabanete não apresentou produção comercial sendo avaliadas apenas as produções de camomila em 4 colheitas.

          Desde o início até o final dos experimentos não foram aplicados defensivos agrícolas químicos (agrotóxicos) para as hortaliças estudadas.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO
 

          O aspecto geral do experimento com alface sob cultivo protegido é apresentado na figura 1. Os resultados de produção para as diferentes doses de fertilizantes orgânicos encontram-se nas figuras 2 e 3. Verifica-se que todos os tratamentos proporcionaram maiores produções de alface em relação à testemunha (figura 4), destacando-se o “bokashi” (figura 5) e o esterco de frango, superiores aos outros tratamentos, com exceção do experimento de Piracicaba, para alface lisa (cv. Regina), onde foi semelhante aos tratamentos com estercos animais. Os benefícios advindos da adubação orgânica para alface já foram constatados por outros autores Vidigal et al., 1995 e Pereira et al., 1997).
 

Figura 1 – Aspecto da estufa agrícola em Campinas na colheita (março de 1999) da alface lisa e crespa, produzida com diferentes fertilizantes orgânicos.

 

Alface Lisa (cv. Regina)

Alface Crespa (cv. Vera)

Figura 2 – Produção de alface de verão (tipos Crespa e Lisa) sob cultivo protegido em Campinas, em função de diferentes fertilizantes orgânicos.

 

Alface Lisa (cv. Regina)  Alface Crespa (cv. Vera)

Figura 3 – Produção de alface de verão (tipos Crespa e Lisa) sob cultivo protegido em Piracicaba, em função de diferentes fertilizantes orgânicos.

 

Figura 4 – Alface crespa (cv. Vera), por ocasião da colheita em tratamento testemunha (sem fertilizantes)

 

Figura 5 – Alface Crespa (cv. Vera) por ocasião da colheita, no tratamento com Bokashi, na dose de 10 t/ha.


          Mais recentemente (Souza, 2001) trabalhando com diversas hortaliças por um período de dez anos na Incaper (ES), verificou bons rendimentos comerciais quando tais culturas foram produzidas no sistema orgânico. O mesmo autor utilizou diferentes compostos orgânicos produzidos à partir de resíduos vegetais de diferentes culturas enriquecidos com fosfato natural.

          A couve de folhas também foi produtiva sob cultivo protegido destacando-se a cultivar HS-20, quanto ao aspecto comercial das folhas, ressaltando-se que não houve necessidade, no período estudado, do uso de defensivos agrícolas, tendo em vista principalmente a proteção das telas, impedindo ou minimizando a entrada de pulgões e lepdópteros, pragas mais freqüentes das brássicas. A couve manteiga comum, conduzida fora da estufa agrícola, sofreu pequena incidência de pulgões e lagartas, causando queda de aproximadamente 10% na produtividade, não significativo estatisticamente (tabela 2).
 

Tabela 2. Avaliação da produção de três cultivares de couve de folhas desenvolvidas sob estufa agrícola e campo em Campinas no período de 04/02 a 12/04/2000 (média de 12 colheitas semanais).

Cultivar

No de folhas por planta, por colheita

Peso fresco das folhas por planta (g)

Nota para aparência das folhas (0 a 5)

Hevi-Crop (estufa)

4,65

155

4,0 b

HS-20        (estufa)

4,60

162

4,5 a

Manteiga  (campo)

4,22

139

3,5 c

d.m.s. (Tukey 5%)  n.s.  n.s. 0,38
CV %   --- --- 14,1


          Dentre os rabanetes cultivados, no verão de 2000, destacou-se o híbrido Cabernet, quanto à produtividade e precocidade, constituindo-se em uma opção ao olericultor, tendo em vista ser possível colocá-lo como rotação de cultura, alcançando-se ainda preços bastante superiores aos cultivares de rabanete mais freqüentemente cultivados no outono/inverno (tabela 3).
 

Tabela 3. Avaliação da produção de três cultivares de rabanete desenvolvidos sob estufa agrícola, Campinas, no período de 11/02 a 13/03/2000

Cultivar

Peso fresco das raízes comerciais  Raízes comerciais Ciclo

(g.m-2)

(%)

(dias)

Cabernet    2048 a   80 a 24
Juliette    1567 b   55 b 31

Comet

    573 c   24 c 31
d.m.s. (Tukey 5%)  377 11 ---
CV %     10,8     8,4 ---


          As temperaturas do ar e do solo, no período de 11/02 a 13/03/2000 são apresentadas na tabela 4.
 

 Tabela 4. Valores médios de temperatura (°C) do ar e do solo no interior de estufa plástica transparente ventilada e ambiente externo (11/02 à 13/03/2000)

Temperatura

Ambiente externo

Interior da estufa

ar

solo

ar

solo

Máxima

29,2

38,5

35,0

39,5

Mínima

18,8

21,5

20,3

24,2

Amplitude

10,4

17,0

14,7

15,3


          Após a colheita dos rabanetes, tendo sido constatada a incidência de nematóides do gênero Meloidogyne nas raízes do rabanete Comet, optou-se pelo cultivo de plantas consideradas resistentes ao nematóide, semeando-se em 31/03/2000 a camomila, o alpiste e o rabanete Redondo Vermelho Precoce (testemunha), espécies estas apropriadas para outono/inverno (Figura 6).
 

Figura 6 – Avaliação das produções de camomila, rabanete e alpiste em solo com nematóide (gen. Meloidogyne), sob cultivo protegido (Campinas, jun-jul de 2000)


          A camomila foi a espécie que se destacou sob cultivo protegido (Figura 7), quando comparada à produtividade no campo (Bovi, 1998).
 

Figura 7 – Camomila (cv. Alemã) mostrando boa produtividade sob cultivo protegido em solo com nematóide do gênero Meloidogyne.


          Avaliaram-se as  colheitas em  4 épocas, sendo a ultima delas superior  às  demais quanto ao total de matéria seca colhida (Tabela 5).
 

 Tabela 5. Avaliação da produção de camomila (cv. alemã), desenvolvida sob estufa agrícola, em Campinas (SP), no período de 31/03 a 12/07/2000. (média de 3 repetições)

 

                          Datas de repasse de colheita

Produção total

23/06/00

29/06/00

06/07/00

12/07/00

(g de M.S./m2 )

Produção total
(%)

15,4 c

24,6 b

13,4 c

46,6 a

170,1

C.V. = 11,6%       d.m.s. = 7,58%


           O alpiste de procedência canadense não produziu grãos ou sementes provavelmente devido ao frio insuficiente para tanto no período de 31/03 à 12/07/2000. O rabanete Vermelho Redondo Precoce, revelou alta incidência de nematóides, (27%) com baixa produtividade e valor comercial.

 

CONCLUSÕES
 

          O sistema de cultivo orgânico de alface, couve de folhas, rabanete e camomila desenvolvida em estufa agrícola mostrou produtividade e qualidade comercial semelhantes ao sistema convencional. O bokashi e o esterco de frango proporcionaram nas condições deste experimento, melhores produções de alface em relação ao esterco de curral e lodo de esgoto tratado.

          Verificou-se que o sistema de cultivo protegido para hortaliças, diminui sensivelmente a entrada de insetos nas estufas e desfavorece a incidência de algumas doenças, devido à possibilidade do controle parcial da temperatura, ventilação, umidade do ar e do solo.

          O aparecimento de novos cultivares e espécies de hortaliças para cultivo protegido, aumentam a possibilidade de produção destas no sistema orgânico.

 

Agradecimentos
 

Ao Sr. André Luis Trani, do Instituto de Química de São Carlos, pela colaboração na revisão e editoração final do texto.
Ao Dr. João Tessarioli Neto (“In Memorian”) pelo participação, apoio e incentivo na realização do presente trabalho.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 

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RESUMO
 

Foram realizados dois experimentos com o cultivo de hortaliças, sob estufa agrícola, em 1999, na ESALQ, Piracicaba e no Instituto Agronômico (IAC) em Campinas, em 1999 e 2000. O efeito de quatro fertilizantes orgânicos (três doses) foi avaliado para a produção de duas cultivares de alface de verão. Em ambos os locais constatou-se serem superiores o esterco de frango (5t ha-1) e o “bokashi” (10t ha-1) , em relação ao esterco de curral e o lodo de esgoto tratado. Realizou-se ainda o cultivo no sistema orgânico, na estufa de Campinas, das duas cultivares de alface de verão (Vera do tipo crespa e Regina do tipo lisa), três cultivares de couve (manteiga comum, HS-20 e Hevi-Crop), três cultivares de rabanete (Comet, Julliete e Cabernet) no verão (inicio de 2000). Após a colheita dessas hortaliças na estufa de Campinas, verificou-se a incidência de nematóides do gênero Meloidogyne. No outono-inverno de 2000 foram cultivadas espécies de plantas consideradas resistentes a esse nematóide, semeando-se a camomila cv. Alemã, um cultivar de alpiste procedente do Canadá e o rabanete ‘Redondo Vermelho Precoce’, como testemunha. Verificou-se a viabilidade do cultivo orgânico dessas espécies, destacando-se quanto à produtividade e qualidade, o rabanete Cabernet, a couve HS-20, no verão e a camomila ‘Alemã’ , no outono-inverno.


Palavras-chave:
cultivo orgânico, estufa agrícola, hortaliças, camomila

 

ABSTRACT
 

Two experiments were carried out with vegetable crops grown under protected cultivation at the Agronomic Institute at Campinas (IAC) and at the  Agronomy College of the University of  São Paulo (ESALQ –USP) at Piracicaba , Brazil, during 1999 and 2000. The effect of four organic fertilizers (three diferent levels) were evaluated on the yield of two summer lettuce cultivars. For both localities the chicken manure (5 t. ha -1) and bokashi (10 t. ha -1 ) treatments yielded best results for fresh  weigth when compared to dairy manure and sewage sludge treatments. The second experiment carried out was the organic cultivation, without pesticides, in a greenhouse at Campinas, of two summer lettuce cultivars (crisphead ´Vera´ and leaf head ´Regina´), three kale cultivars (Common, HS-20 and Hevi-crop) and three radish cultivars (Comet, Juliette and Cabernet) during the summer of 2000. After harvest it was verified the presence of  nematodes (Meloydogine sp). During the autumn-winter season species known as nematode resistant were grown: camomile (cv. Germany), canary grass ( cultivar from Canada) and a radish cultivar susceptible to the nematode (cv. Red Globe Earlier). It was concluded that organic cultivation  of the evaluated species in a greenhouse is suitable and best results of yield and product quality were obtained for Cabernet summer radish, HS-20 kale grown during the summer and Germany camomile grown during the autumn-winter season.


Key-words:
Organic cropping, greenhouse, vegetables, camomile

 


Paulo Espíndola Trani possui mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado em Agronomia pela Universidade de São Paulo (1995). Atualmente é Pesquisador Científico VI do Instituto Agronômico de Campinas - IAC. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atua principalmente nos seguintes temas: Daucus carota, Lactuca sativa, calagem, rotação de cultura, efeito residual de calcário e alface e cenoura.
(Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)
Contato:
petrani@iac.sp.gov.br

 

Mário José Pedro Júnior  possui doutorado em Agrometeorology - University of Guelf (1980). Atualmente é Pesquisador Científico VI do Instituto Agronômico - IAC. Tem experiência na área de agronomia com ênfase em Agrometeorologia. Atua principalmente nos seguintes temas: Videira, previsão de doenças, microclima, modelo agrometeorológico, café, balanço hídrico e zoneamento agrícola. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2.
Contato: mpedro@iac.sp.gov.br

 

Odair Alves Bovi possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (1972) , mestrado em Agronomy pela University of Florida (1981) e doutorado em Agronomy pela University of Florida (1983). Atualmente é Pesquisador Científico VI do Instituto Agronômico de Campinas. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atua principalmente nos seguintes temas: fotossíntese, balanço de carbono, fisiologia da produção.
(Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)
Contato:
obovi@iac.sp.gov.br

 

 

Luciano Grassi Tamiso possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (2000). Atua principalmente nos seguintes temas: agricultura orgânica, tomateiro.
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Contato:
lucianotamiso@bol.com.br

 

Ronaldo Severiano Berton possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (1976), mestrado em Agronomia (Física do Ambiente Agrícola) pela Universidade de São Paulo (1981), doutorado em Ciência do Solo pela Universidade da Califórnia - Riverside (1987) e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia - Riverside (1999) . Atualmente é Pesquisador Científico VI do Instituto Agronômico - IAC. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Ciência do Solo. Atuando principalmente nos seguintes temas: Fósforo, adsorção, lodo de esgoto.
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Contato:
berton@iac.sp.gov.br

 

Pedro Luís Guardia Abramides possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - USP (1976). Atuou como Pesquisador Científico no Instituto de Zootecnia (1977 a 1998). Atualmente é Pesquisador Científico VI do Instituto Agronômico - IAC. Tem experiência na  área de Agronomia com ênfase a Estatística Experimental e Tecnologia da Informação. Atuações nas áreas de formação e manejo de pastagens, consorciação, modelagem, desenvolvimento de softwares e de aplicativos para INTERNET voltados a coleções de plantas e dados climatológicos.
Contato: pedro@iac.sp.gov.br

 

Luis Felipe Villani Purquerio possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999), mestrado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002) e doutorado em Agronomia (Horticultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). Atualmente é Pesquisador Científico I do Instituto Agronômico - IAC. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atua principalmente nos seguintes temas: Rúcula, nitrogênio, ambiente protegido, sistemas de cultivo, espaçamento entre plantas e nutrição de plantas.
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Contato: felipe@iac.sp.gov.br

 

Sebastião Wilson Tivelli possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1986), mestrado em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1994), mestrado em Master Of Business Administration pela Butler University (2002) e doutorado em Horticultura pela Faculdade de Ciências Agronômicas (1999). Atualmente é Pesquisador Científico I do Instituto Agronômico - IAC. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitotecnia. Atua principalmente nos seguintes temas: Pimentão, tutoramento, poda, espaçamento, época de plantio e ambiente protegido.
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Contato: tivelli@iac.sp.gov.br


 

Reprodução autorizada desde que citado o autor e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

TRANI, P.E.; PEDRO JÚNIOR, M.J.; BOVI, O.A.; TAMISO, L.G.; BERTON, R.S.; ABRAMIDES, P.L.G.; PURQUÉRIO, L.F.V; TIVELLI, S.W. Produção orgânica de hortaliças e medicinal sob cultivo protegido. 2006. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/ProdOrganica/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 24/9/2006

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